Saúde

Atraso para começar a andar pode ser distrofia muscular de Duchenne

Cada nova conquista de um bebê ou criança é sempre uma comemoração dos pais. A primeira vez que a criança se vira sozinha e os primeiros passos sempre são esperados. Apesar de cada criança ter sua particularidade no desenvolvimento motor, ele acontece sempre de maneira constante e com padrões únicos. “Algumas vezes, os pais ficam em dúvida sobre a evolução de seus filhos e essa é uma preocupação relevante. É importante o acompanhamento de cada etapa do crescimento infantil”, pontua Ana Lúcia Langer, pediatra e presidente da Aliança Distrofia Brasil.

Quando há diferenças ou atrasos muito grandes na evolução, principalmente a presença de fraquezas musculares, pode ser algum sinal de distrofias. A forma mais comum é a distrofia muscular de Duchenne (DMD), uma doença rara, que precisa de atenção pois a sua identificação de maneira precoce é fundamental.

Normalmente, a criança começa a apresentar por volta dos dois anos de idade sinais mais evidentes de DMD, entre eles, atraso para começar a andar, correr, pular, levantar-se, acompanhar o ritmo dos colegas e, em estágios mais avançados, problemas respiratórios. Outras características, como aumento da panturrilha e a manobra de Gowers – movimento que faz com que a pessoa apoie as mãos nas pernas para se levantar, como se estivesse escalando o próprio corpo – também são típicas da doença. O desenvolvimento ideal, em crianças que não possuem distrofia muscular de Duchenne, acontece de acordo com a linha do tempo abaixo:

1 a 2 meses – segue a luz com o olhar, firma a cabeça, quando está de bruços levanta a cabeça, observa rostos e reage ao ser chamada.

6 meses – rola, senta sem apoio, produz sons vocálicos, como “aaa”, e apanha objetos e passa para outra mão.

9 meses – inicia os primeiros passos para a mobilidade, senta com o tronco ereto, produz lalação “baa baa baa”, engatinha e brinca de esconde-esconde.

12 meses – pega objeto com movimento de pinça, fica em pé com apoio e  produz lalações “mama”, “papa” e “dada”.

15 meses – aponta para o que quer, anda sem ajuda e produz as primeiras palavras-frase, como “dá”.

2 anos – combina duas palavras, fica em pé com os pés juntos e olhos abertos, retira a roupa, usa colher, aponta partes do corpo, faz rabiscos no papel e chuta  bola.

3 anos – fala frases gramaticais, anda para trás, pedala triciclo, coloca sapato, não faz laço, diz o próprio nome completo e copia círculos e traço na vertical.

4 anos – reproduz frases completas e usa plural, é capaz de desenhar uma cruz e um quadrado e sobe escadas alternando os pés.

5 anos – fica com um pé à frente do outro com os olhos abertos, anda para frente com um pé à frente do outro e conhece todas as cores.

Mais sobre a distrofia muscular de Duchenne:

A distrofia muscular de Duchenne é uma doença degenerativa rara, caracterizada por uma desordem genética que impede a formação da proteína distrofina, responsável pela integridade das fibras musculares. Causa enfraquecimento progressivo da estrutura muscular, de forma a comprometer primeiramente quadris, pelve, coxas e ombros, e, posteriormente, o músculo esquelético, até afetar pulmões e coração.

Com o tempo, a DMD leva a dificuldades motoras, para caminhar, correr, pular, se levantar, e nos estágios mais avançados, dificuldades para respirar. Ao passo em que essas atividades se tornam mais difíceis, o paciente passa a necessitar de ajuda para realizar as atividades da vida diária. A detecção precoce da DMD é fundamental para o acompanhamento do paciente, que pode suavizar satisfatoriamente a progressão da doença. Pais e educadores precisam conhecer a DMD, para que, ao reconhecerem os sinais da doença em uma criança, possam alertar para a possibilidade de ela ser portadora e contribuir para o diagnóstico precoce.

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