Saúde

Asma controlada garante qualidade de vida ao paciente

Por ser uma doença comum e atingir cerca de 10% da população brasileira, muitos mitos foram criados sobre a asma ao longo do tempo. Essas informações, muitas vezes contraditórias, levam pacientes e cuidadores a se sentirem inseguros em relação às causas e sintomas da doença e, por isso, é muito importante esclarecer os equívocos mais comuns da população em relação a ela e ao seu tratamento.

A asma é uma doença crônica e inflamatória, de causa alérgica, que leva a falta de ar, fadiga e uma sensação de chiado no peito. Quando não é tratada de forma adequada, pode provocar sérios impactos sobre a vida do paciente, tais como insônia, fadiga e diminuição do nível de atividades diárias, o que pode comprometer a ida à escola ou ao trabalho. “Um dos mitos mais comuns sobre a doença é o de que crises de falta de ar são naturais para quem tem asma. Na verdade, quando tratada adequadamente, a asma pode ter seus sintomas controlados – o que confere uma melhor qualidade de vida e geralmente nenhum impacto na rotina do paciente, que pode até ser atleta, se quiser”, explica o Dr. José Roberto Megda Filho, pneumologista da Residência de Clínica Médica do Hospital Universitário de Taubaté e membro das Sociedades Brasileira e Europeia de Pneumologia.

Existem parâmetros que ajudam a identificar uma asma não controlada: de acordo com a GINA (Global Initiative for Asthma), é preciso procurar um especialista quando o paciente apresentou algum dos itens abaixo nas últimas quatro semanas:

  • Sintomas diurnos mais de duas vezes por semana
  • Despertares noturnos devido à asma
  • Uso de medicamento de resgate mais de duas vezes por semana
  • Qualquer limitação de atividade devido à asma

Dados da pesquisa “Panorama da Saúde Respiratória do Brasileiro”, encomendada pela farmacêutica Boehringer Ingelheim do Brasil ao IBOPE Inteligência, revelam que embora 91% dos asmáticos considerem a doença como “controlada”, 72% percebem consequências da asma em atividades de rotina. Isso  reforça que, para garantir uma melhor qualidade de vida para os pacientes, o tratamento da asma deve envolver mais do que o gerenciamento das crises. Por isso, é importante conhecer estes seis mitos e verdades sobre a doença:

Asma tem cura

Mito. A asma é uma doença crônica e, como tal, não tem cura, mas pode ter seus sintomas controlados. De acordo com o Dr. Megda, “Alguns pacientes, seja por conta do tratamento, por não entrarem em contato com elementos que desencadeiam os sintomas, ou até mesmo, por perceberem muito pouco os seus sintomas, podem passar meses ou anos sem apresentar crises de falta de ar e, por isso, acreditam ter sido curados”. No entanto, estas pessoas continuam a ter asma e, se não fizerem o tratamento adequado, podem sentir limitações no seu dia a dia e até voltar a ter crises.

Só devo acionar meu médico em caso de crise

Mito. Por ser uma doença crônica, o tratamento da asma deve ser feito de forma contínua. “Interromper as crises, que são apenas uma manifestação pontual da doença, não é suficiente. O paciente que sabe que tem asma deve fazer consultas regulares com um pneumologista para a definição do melhor tratamento de longa duração. Com o tratamento contínuo da asma, o paciente vive mais e com melhor qualidade de vida ”, afirma o Dr. Megda.

Pessoas com asma não podem praticar exercícios físicos

Mito. Ao contrário do que pensa grande parte da população, pacientes que fazem o tratamento adequado da asma não só podem praticar exercícios como podem vir a se tornar atletas, se quiserem. Inclusive, os exercícios podem ser fortes aliados do tratamento, mas é muito importante que os pacientes sigam orientações médicas para a realização de atividades físicas de maior intensidade.

Asma e bronquite são doenças diferentes

Verdade. Enquanto a asma é uma doença crônica, de causa genética e alérgica e que geralmente é diagnosticada ainda na infância, a bronquite pode se manifestar de duas formas: aguda (geralmente provocada por um vírus e acompanhada de um quadro gripal, com duração de, em média, duas semanas) ou crônica (uma inflamação sem cura provocada, na maior parte dos casos, pelo fumo). Nas palavras do Dr. Megda: “Um dos nomes para a asma é ‘asma brônquica’, o que leva algumas pessoas a confundirem a doença com a bronquite, que, ao entender dos pacientes, é uma doença mais inofensiva. Por isso, as diferenças entre as duas devem ser levadas em conta para garantir o melhor tratamento para o paciente”.

Fatores externos podem piorar o quadro da asma

Verdade. Embora não seja causa da doença, a exposição aos chamados “alérgenos”, como ácaros, poluição ou fumaça de cigarro, por exemplo, deve ser evitada, pois pode desencadear crises de tosse seca e falta de ar nos pacientes, agravando o quadro da asma e podendo levar a consequências mais graves.

A asma é uma doença inofensiva

Mito. Quando o paciente não recebe o tratamento adequado para a doença, as crises de falta de ar podem impor sérias limitações à sua rotina e, em casos extremos, levar até ao óbito.De acordo com dados do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil), três pessoas com idade entre 5 e 64 anos morrem a cada dia por asma no Brasil.

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