Rio Grande do Sul

Cantor sertanejo Leo Chaves palestrou sobre marcas em Gravataí

Mais de 300 pessoas estiveram no Salão de Eventos do Sindilojas Gravataí, no último dia 12, para conferir a palestra musical de Leo Chaves, irmão de Victor, da dupla sertaneja. O cantor arrancou sorrisos e lágrimas ao contar episódios que transformaram sua vida. A palestra “A Grande Revolução – Seja uma Marca” prendeu a atenção do público com fatos que revolucionaram a trajetória do artista antes e depois da sua fama.

Além de dividir os palcos com seu irmão Victor, cuja pessoa Leo não deixa de citar e agradecer, o cantor sertanejo se dedica a dar palestras motivacionais com objetivo de ajudar pessoas, depois de uma revolução que marcou sua vida. Leo contou que começou a estudar neurolinguística após uma análise pessoal: “Essa ideia de fazer palestras surgiu naturalmente quando passei a entender que o sentido da vida poderia estar relacionado com sentido que tenho na vida das pessoas em minha volta”.

O cantor ainda confidenciou que “adquirir fama é perigoso no cérebro do ser humano” e que as pessoas têm dificuldade em lidar com “uma série de massagens no ego“. “Costumo falar na palestra que algumas pessoas quando se tornam famosas tendem a se tornar estátuas antes de morrerem. Uma estátua é intocável. Ao mesmo tempo, é vazia. O cara se abandona, não se reconhece mais. Deixa de ser um cidadão comum para ser um personagem”. As dificuldades misturadas ao sucesso fizeram com que o cantor fosse atrás de uma transformação e por meio da criação do Projeto Instituto Hortense, onde o músico é presidente fundador, buscou abordar questões sobre o desenvolvimento comportamental, inteligência emocional e social no sistema educacional.

“Por traz de qual marca vocês se escondem? Qual a marca que temos deixado? De que forma nós temos influenciado as pessoas na nossa volta?”, questionou o artista ao falar sobre a importância de uma revolução interior efetiva e radical, afirmando que passou por várias revoluções em sua vida. Leo Chaves entende que quanto mais passarmos por revoluções em nossas vidas, mais nos conhecemos, nos transformamos e nos construímos, trazendo e deixando marcas.

A influência da educação familiar desde o nascimento é fundamental no processo comportamental e social das pessoas. Com base nesses fatores, Leo falou do potencial de cada um para as mudanças comportamentais e socioemocionais. Como exemplo, o cantor sertanejo destacou uma fase de sua vida em que tinha medo de falar em público, as causas e consequências deste comportamento, dos monstros que criamos dentro da gente. Falou ainda, de humoristas que ganham audiência criando suas piadas com base nas fraquezas das pessoas, definindo a atitude como cultura retrógrada, ideologias medíocres que, muitas vezes, somos ensinados a acreditar desde a infância.

O segredo da transformação, para o cantor, é desenvolver o autoconhecimento. “Quem não visita seus porões internos, não se conhece. Eu me escondia atrás dos palcos, da minha marca, me prendia em rótulos sociais. É possível estar sempre em busca de si mesmo. Revolucionar-se e transformar-se!”, argumentou ao dizer que este é um dos objetivos das palestras que ministra pelo país – Quebrar rótulos e padrões ensinados desde a infância que, consequentemente, resultam em medos, inseguranças e baixa autoestima.

Entre os vários métodos que usou para contribuir com as mudanças interiores, Leo enfatiza a dança como uma atividade que o libertou de dramas. “Dançar é um exercício que liberta. Quem se preocupa em agradar os outros, nunca se realiza. A necessidade de aprovação me bloqueia, me desaprova”, ressaltou.

A autoconfiança, a autopercepção e a autogestão são os três pilares, na visão do cantor, que considera fundamentais para viver uma transformação. “Não transfira a responsabilidade para o outro. Eu tenho que me aceitar e que mudar frente às pessoas. Deixar de ser vítima. Vença seu ego. Não desista de você. Eu descubro que sou capaz através do extremo. Abrace a dor do esforço”, afirmou ao citar frases motivadoras que despertaram ainda mais a atenção do público.

E, continuou: “Treine seu cérebro e sua mente. Tenha foco! O esporte é o principal recurso para adquirir novos hábitos com resiliência. Você ama o que faz? Quando você muda sua forma de pensar, você se transforma completamente. Você muda seu campo. Tenha persistência e determinação para aquilo que você deseja. Sempre contemple as coisas simples. Fique consigo mesmo. Devemos construir a nossa marca e não se esconder atrás dela. Transforme-se constantemente”.
Aos 41 anos e 26 anos de carreira, o músico diz ter se tornado uma outra pessoa nos últimos quatro anos a partir de experiências vividas e compartilhadas nas suas palestras, buscando importar-se mais com o que realmente é importante, resgatando seus verdadeiros valores, se interiorizando, se autoconhecendo e se libertando.

“Não deixem de descascar as laranjas que existem em você”, finalizou o artista, ao se referir sobre um episódio dramático com seu filho que, segundo ele, mudou sua vida e visão de tudo. “Eu não costumo falar da minha vida pessoal, mas há quatro anos eu ouvi de um dos meus filhos, que eu era amigo de todo mundo, que eu dava atenção pra todo mundo, que eu dava atenção pros negócios, que eu era um excelente profissional, que eu conversava com todos, mas não era amigo dele. Que eu não conversava com ele, que eu não tinha tempo pra ele. Nesse dia eu fui no fundo. Eu tinha tudo, mas não tinha nada. O fato emocionou uma série de participantes. O evento foi promovido pela Deck Produções e contou com o apoio do Sindilojas Gravataí e diversas empresas parceiras.

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