Saúde

Fertilidade em detalhes: esclareça dúvidas e conheça novos tratamentos

De acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), a infertilidade afeta de 50 a 80 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, cerca de 8 milhões de pessoas podem ser inférteis. Entre os fatores que afetam a fertilidade estão a idade, mulheres com menstruações de frequência irregular e doenças como síndrome dos ovários policísticos (SOP) e endometriose, doença que atinge 10% das mulheres mundialmente. Porém, infertilidade não é um problema apenas da mulher. Um terço dos casos estão relacionados ao homem – mais de 90% dos casos de infertilidade masculina são causados pela baixa contagem de espermatozoides, baixa qualidade espermática ou ambos – e outro terço está ligado a uma combinação de problemas com o casal ou dificuldades desconhecidas.

Para ajudar casais com problemas em engravidar naturalmente, Tratamentos de Reprodução Assistida (TRA), como Fertilização In Vitro (FIV) e Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) são realizados.  Estima-se que, globalmente, 400 mil bebês nascem todos os anos de aproximadamente 1,6 milhão de ciclos de TRA. As tecnologias de reprodução assistida cresceram nos últimos anos, mas ainda assim, a ciência não conseguiu impedir o declínio da qualidade ovular que se acentua a partir dos 35 anos de idade.

Lançamento no Brasil

Na última semana, foi discutido durante o encontro promovido pelo Laboratório Ferring com mais de 300 especialistas na área de reprodução humana, os caminhos e a vantagem da medicina individualizada. Trata-se da chegada no Brasil do Rekovelle, primeiro medicamento para fertilidade a oferecer às mulheres dosagem personalizada, proporcionando aos médicos um regime de posologia individualizada. Até então, a dosagem dos medicamentos disponíveis era feita baseada na experiência pessoal de cada médico.

“É um grande avanço para a saúde da mulher, resultado de muito investimento em pesquisa e desenvolvimento. Entre os potencias benefícios estão o de tornar a resposta à estimulação ovariana mais homogênea, com maior potencial de ter mais mulheres o número de óvulos alvo (8 a 14 óvulos). O que o Rekovelle traz para a medicina reprodutiva, pela primeira vez, é o conceito de Companion Diagnostic, já utilizado na oncologia há algum tempo”, comenta Eli Lakryc, diretor médico da Ferring.

“Os avanços foram expressivos nas últimas décadas, mas há cinco anos no Brasil não existia um lançamento inovador na área de reprodução humana. A medicina trabalha para personalizar cada tratamento, individualizar cada vez mais o paciente e, para combater a infertilidade, é o início de um avanço tão necessário”, comenta Lakryc. Este conceito envolve a utilização de um biomarcador para a definição do tratamento específico para cada paciente, com dose individualizada.

A aprovação do Rekovelle pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que já está aprovado em 34 países e disponível em 11 ao redor do mundo, foi baseada em dados de um abrangente estudo clínico de Fase 3, o ESTHER (Ensaio de Estimulação Baseado em Evidências com FSH recombinante humano na Europa e Resto do Mundo), com o envolvimento de pacientes em 11 países, inclusive o Brasil, e mais de 2 mil ciclos de estimulação controlada, também conhecida como estimulação ovariana controlada (EOC). Os dados demonstraram que as mulheres que receberam tratamento individualizado com Rekovelle, em comparação com produto referência em regime de dose convencional disponível no mercado, tiveram taxas semelhantes de gravidez e implantação embrionária, mas mostraram que 13% a mais de mulheres tratadas com a nova medicação alcançaram a resposta ovariana desejada de 8–14 ovócitos (óvulos).

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