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A economia brasileira está na expectativa das eleições

A política está influenciando a economia brasileira e é muito difícil prever como será o processo eleitoral deste ano. Isto porque é preciso olhar a migração dos votos de Luis Inácio de Lula, que tinha 31% das intenções conforme a última pesquisa da Data Folha. O economista Marcos Tadeu Lélis, que palestrou no Momento do Empreendedor promovido pela ACIST-SL nesta quinta-feira (19), procurou avaliar o cenário utilizando dados elaborados pela BBC Brasil, que, a partir das votações dos partidos em diversas áreas, os dividiu em quatro blocos ideológicos: esquerda progressista, direita progressista, esquerda conservadora e direita conservadora. “A intenção foi verificar para qual bloco migrariam os votos de Lula e observa-se que o tempo de televisão terá muito impacto nesta decisão”, comentou.

Ele lastima que até o momento, nenhum pré-candidato tenha apresentado propostas claras sobre os diversos setores para uma análise mais aprofundada sobre os impactos das mesmas na economia pós-eleição. “Este excesso de candidatos ocorre quando faltam líderes e o cenário fica pulverizado”, comenta, salientando que a política brasileira não discute e não desenvolve projetos de longo prazo. “Será que nossos candidatos vão discutir como o Brasil quer ser daqui há 30 anos, como outros países o fizeram?”, questiona.

Ao avaliar a economia brasileira, Lélis adiantou que há um processo de recuperação em andamento. A preocupação é com que velocidade. “Está muito lenta e o tombo foi muito grande. Se o crescimento for de 2,3% este ano, ainda será abaixo da média histórica de 2,5%”.

Na sua opinião, o principal indicador social de uma economia é a taxa de emprego, porque impacta diretamente em diversas áreas. O crescimento da demanda interna está condicionado à massa de rendimento, que é a soma de todas as pessoas empregadas mais o salário real, que no Brasil está condicionado à inflação. Ele estima que a massa de rendimento deverá ficar em torno de 0,8%. “É preciso que o desemprego diminua e que a renda real tenha crescimento, lembrando que cerca de 50% da população ganha o salário mínimo”.

O presidente da ACIST-SL, Oldemar Brahm, avaliou que o palestrante trouxe uma visão muito aprofundada tanto da economia internacional como nacional, além de um olhar diferente sobre o cenário político. “Estes encontros são importantes para que os empresários possam saber mais sobre como acontecem as decisões e quais rumos podemos tomar nos nossos negócios”.

ACIST SL – Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo – RS

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