Saúde

Colesterol alto não é doença exclusiva de quem está acima do peso

Os níveis altos de gordura no sangue, tão indesejados, não são problemas exclusivos dos obesos. Muitas vezes silencioso, o colesterol elevado também acomete pessoas magras. A endocrinologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Vivian Estefan, explica que a doença pode até ser ocasionada por questões hereditárias.

Quando o paciente apresenta alterações no colesterol, três frações devem ser analisadas, de acordo com a especialista, além do valor total. O HDL, popularmente conhecido como bom, o LDL e o VLDL, que não são benéficos à saúde em níveis elevados. “Temos que levar em conta quais frações estão elevadas. Se for o HDL sozinho, ótimo. Às vezes o paciente tem o valor total alto em decorrência do HDL, e isso é muito comum. Quando a elevação é no LDL e no VLDL, é aí que mora o perigo.”

Vivian Estefan salienta ainda que, quando os níveis estão alterados nas duas frações ruins em pessoas magras, muitas vezes pode ser uma doença familiar, que consiste em um defeito do metabolismo dos lipídios. Nesta situação, é preciso verificar alguns fatores para concluir se o paciente deve ou não fazer um tratamento.

“Cada caso deve ser analisado individualmente, levando em conta os fatores de risco de o indivíduo desenvolver uma doença arterial, que geralmente ocorre em coronárias ou no cérebro. Quando se constata uma doença arterial por obstrução das artérias coronárias, o paciente está sujeito a um infarto do miocárdio. Já quando ocorre no cérebro, está propenso a desenvolver um acidente vascular cerebral (AVC)”, esclarece.

Entre os fatores estão os antecedentes familiares, hábitos de vida, como ser fumante, sedentarismo, doenças associadas, como diabetes e hipertensão, e a circunferência abdominal alta, que pode ser detectada até mesmo em pessoas magras, segundo a endocrinologista.

Apesar da questão hereditária influenciar nas alterações, a má alimentação é um fator que piora substancialmente esse quadro. A especialista sugere que é preciso realizar uma reeducação alimentar para aprender a comer os alimentos certos e, assim, melhorar os índices de colesterol. “Devemos aprender a ingerir os alimentos corretos, como laticínios desnatados, carnes sem gordura, evitar frituras e ingerir fibras”, recomenda a médica.

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