Saúde

Doenças e fatores hormonais que geram risco à fertilidade

Casar e ter filhos, para muitas pessoas, é a realização de um sonho. No entanto, após o casamento, muitos encontram dificuldades para realizar o desejo de aumentar a família. Segundo estimativas da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, dois em cada dez casais têm alguma dificuldade em conceber. De acordo com Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis, um casal é considerado infértil quando não obtém sucesso na gestação após um ano de tentativas, considerando um ritmo sexual regular e a ausência de métodos contraceptivos. “De um modo geral, 30% dos fatores causadores da infertilidade são masculinos, 30% femininos, 30% de ambos e 10% de causas desconhecidas, ou seja, mesmo fazendo uma investigação de infertilidade, não se evidencia uma causa. Isto não significa que não há um razão para a infertilidade, mas sim que a investigação deva continuar ou não há uma forma com os métodos disponíveis para se identificar uma causa”, alerta. Abaixo, Dr. Renato explica as principais doenças e fatores hormonais que podem comprometer a fertilidade feminina e masculina.

Síndrome dos Ovários Policísticos – Geralmente, a cada ciclo menstrual, ocorre a ovulação, na qual um folículo dominante libera um oócito maduro que poderá ser fertilizado após a relação sexual. Na mulher portadora da SOP, há um distúrbio na formação do folículo dominante sendo que os vários folículos recrutados não amadurecem e nem são liberados dos ovários. Com isso, eles podem formar pequenos cistos os quais desequilibram a transformação dos hormônios sexuais. Se não ovular, não ocorrerá menstruação, não ocorrerá gravidez, justificando a irregularidade menstrual e, consequentemente, a dificuldade em engravidar. É importante ressaltar que a SOP não impossibilita de modo definitivo a gestação, mas recomenda-se o desbloqueio do ovário. Em alguns casos, técnicas de reprodução assistida como a Fertilização In Vitro (FIV) ou a Inseminação Intrauterina (IIU) podem ser utilizadas.

Varicocele – A doença masculina provoca um defeito nos vasos sanguíneos próximos aos testículos. Desta forma, o sangue fica lento ao redor dos testículos, ocasionado o aumento da temperatura dos mesmos e prejudicando o processo de formação dos espermatozoides.

Desequilíbrio hormonal – Mudanças de importantes hormônios da massa corporal, alterações da tireoide e da prolactina podem interferir na ovulação e no bom funcionamento do organismo como um todo.

Miomas – Miomas uterinos são tumores benignos constituídos de tecido fibromuscular que podem alterar o formato e/ou o tamanho do útero ou do colo uterino. A classificação é feita de acordo com sua localização, podendo ser suberosos, intramurais e submucosos. Em termo de fertilidade, os miomas submucosos são os mais prejudiciais, pois causam um processo inflamatório local e atuam como um DIU (dispositivo intrauterino), impedindo a implantação do embrião. Os externos e intramurais só serão prejudiciais para a fertilidade se tiverem tamanho exagerado ou distorcerem a cavidade, afirma o ginecologista.

Infecções sexualmente transmissíveis – Dentre as infecções que comprometem diretamente o sistema reprodutivo feminino e masculino estão a Clamídia e a Gonorreia que, quando não são tratadas, podem danificar os canais de passagem do espermatozoide e do óvulo.

Endometriose – A endometriose é ocasionada quando o endométrio, tecido que reveste o útero, encontra-se fora da cavidade uterina. “O endométrio é a parte interna do útero que cresce ao longo do ciclo menstrual da mulher visando a implantação do embrião e, consequentemente, a gravidez. Quando isto não ocorre, ocorre sua descamação a qual é denominada menstruação. Algumas vezes, esse revestimento se implanta nos ovários, peritônio, tubas uterinas, intestino, bexiga e, até mesmo, no próprio útero, dentro do músculo, podendo ocasionar dor em decorrência do sangramento fora do útero, diarreia ou perda de sangue na urina no período menstrual, além de aderências entre os órgãos abdominais”, explica o especialista.

Quimioterapia – A quimioterapia, além de destruir as células cancerígenas, pode atingir as células germinativas, as mesmas que dão origem aos óvulos e espermatozoides. A indicação é recorrer a uma técnica de reprodução assistida, como o congelamento ou criopreservação de óvulos e espermatozoides, antes de iniciar o tratamento da doença.

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