Pastoral da Criança recebe capacitação sobre sífilis
Preocupada com o aumento de casos de sífilis em São Leopoldo, a Secretaria da Saúde promoveu na tarde de ontem (20) um curso de atualização em sífilis voltado para voluntárias da Pastoral da Criança. A qualificação apresentou dados sobre o crescimento da doença no município. O número de casos adquiridos subiu de 122, em 2016, para 154 em 2017, sendo que a tendência é aumentar até dezembro. A faixa etária com maior incidência é dos 18 aos 30 anos, concentrando 44% dos diagnósticos.
Para a diretora de Vigilância em Saúde, Vivian Bennemann, uma das palestrantes, o primeiro passo é falar sobre o assunto. “A sífilis é uma doença antiga que está sendo negligenciada. Muitos não sabem que têm a doença. Antes era associada com promiscuidade. Hoje ela atinge várias faixas etárias e de escolaridade”.
O foco da capacitação foi a Sífilis congênita, que passa de mãe para filho através da placenta. “Precisamos cortar a cadeia de transmissão. Uma das formas é orientando as mães e fazendo testes rápidos”, reforçou Vivian. Foram registrados 81 casos em gestantes em 2016. Agora o número chega a 69. A sífilis congênita apresentou 49 casos em 2016 e 42 em 2017.
A voluntária Maria Gomes Teixeira explica que a informação correta é fundamental para prevenir doenças. “Precisamos saber o que a Prefeitura oferece, quais são os caminhos que devemos procurar para realizar encaminhamentos. A pastoral também oferece cursos de capacitação para articulador de saúde. Tudo isso se soma”.
Na sequência do encontro, a diretora de enfermagem Cláudia Welter e a coordenadora da Estratégia Saúde da Família, Rosane de Mello, apresentaram detalhes técnicos sobre diagnóstico e combate à enfermidade.
Sobre a doença
É uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria treponema pallidum. É transmitida por meio de relação sexual (vaginal, anal e oral) desprotegida com uma pessoa infectada, ou ainda pode ser transmitida para a criança durante a gestação ou o parto.
Pode se apresentar das mais variadas formas clínicas e é classificada em diferentes estágios: sífilis primária, secundária, latente e terciária. Os principais sinais e sintomas de cada estágio são: úlcera (cancro duro), manchas no corpo (palmas da mão, pés) e, no caso da terciária, lesões cutâneas, ósseas e cardiovasculares. A melhor forma de prevenção é o uso da camisinha. Quem tem dúvida deve procurar a unidade de saúde mais próxima.