A fibrilação atrial (FA), tipo de arritmia cardíaca que atinge 1,5 milhão de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerada uma das principais causas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Responsável pela morte de uma pessoa a cada seis segundos pelo mundo, o “AVC, também conhecido como derrame, não surge do nada”, pontua Maurício Hoshino, neurologista do Hospital Santa Catarina (SP).
“Perda de força ou sensação de formigamento no braço, face ou perna em um determinado lado do corpo, perda súbita da visão, dor de cabeça intensa sem causa aparente, assim como alteração de fala, vertigem e desequilíbrio associado a náuseas ou vômito, são alguns dos sintomas que mostram que algo no organismo não está bem. Ao sentir esses sinais, deve-se imediatamente procurar um hospital”, explica o especialista.
A afirmação do médico é corroborada por estatísticas, que mostram que até a primeira hora de atendimento após um AVC, as chances do paciente se recuperar chegam a 50%. Entre 1h30 e 2h30, esse número cai para 25%. De três a quatro horas, o índice reduz para 14% e, entre quatro e cinco horas, as chances são de aproximadamente 7%.
Pouco conhecida, fibrilação atrial aumenta em cinco vezes o risco de AVC
A fibrilação atrial deve ser temida, pois não gera nenhum sintoma – nem sequer a tradicional ‘batedeira no peito’ -, pode ser apenas transitória e é responsável pelos casos com sequelas mais graves do que os originados por outras causas. “Os pacientes desse tipo correm mais riscos de ficarem incapacitados e sua mortalidade associada também é maior”, afirma doutor Hoshino.
Hemorrágico ou isquêmico: tipos de AVC são diferentes e confundem pacientes
Há dois tipos de AVC: isquêmico, quando o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro é interrompido, interferindo, assim, nas funções neurológicas dependentes daquela região afetada, e o hemorrágico, que ocorre quando um vaso – artéria ou veia – se rompe dentro do cérebro e causa extravasamento de sangue e inchaço naquela região.