Saúde

Apenas 9% das pessoas que possuem o vírus da hepatite B sabem

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 325 milhões de pessoas vivem com os vírus da hepatite B ou C em todo o mundo e mais de 1 milhão de pessoas morrem anualmente por conta da doença.

Ainda, apenas 9% das pessoas que possuem o vírus da hepatite B sabem que convivem com a doença. No caso da Hepatite C, o número é um pouco maior, 20% das pessoas têm esse conhecimento.  

Como identificar?

Para o diagnóstico adequado e acessível dessa população crescente, uma das ferramentas que desponta como alternativa para acessar essas informações é o Point of Care (POC). Popularmente conhecidos como testes laboratoriais remotos ou testes rápidos, o POC é um termo que denomina uma série de tecnologias de cuidado no ponto de atenção, permitindo a testagem para doenças ou substâncias específicas de forma ágil e sem a necessidade de estrutura cara e imobilizada de laboratório de análises clínicas.
 
Paula Távora, patologista clínica e mestre em imunologia pela Universidade de Cambridge, Reino Unido, afirma que exames de Point of Care são mais fáceis de serem realizados em comparação a testes mais elaborados.

“Alertar sobre as hepatites e convidar esse paciente até um laboratório para a realização de exames não é tão eficiente quanto ir até ele com um teste seguro, confiável e recomendado pela comunidade científica. É uma oportunidade muito rica de transformar desinformação em informação e diagnóstico precoce”, explica.

Diante desse cenário, diagnóstico precoce e prevenção ganham um peso ainda maior. Para Távora, o modelo coletivo de ação mais promissor e economicamente viável é o de triagem via testes sorológicos rápidos. Realizados em uma janela curta de aproximadamente 15 minutos e por meio de uma única amostra de sangue coletada via lanceta, os testes sorológicos já são, inclusive, foco da recomendação nº 2/2016 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que dispõe sobre a conveniência e oportunidade de os médicos oferecerem aos pacientes, em consulta médica, a solicitação de testes para hepatites B e C, HIV e sífilis.

“Mesmo recomendados pelo Conselho, a indicação desses testes rápidos ainda engatinha no País. Essa cultura de prevenção e diagnóstico precoce precisa ser foco não apenas da população, mas da classe médica como um todo. Estamos falando de um teste acessível, rápido e viável, já disponível no SUS em Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento, além de clínicas regulamentas e laboratórios clínicos de algumas regiões do Brasil”, ressalta a médica que também é presidente do Conselho de Ex-presidentes da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML).

 

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