Fibromialgia, a doença da dor
Dores pelo corpo inteiro, cansaço, insônia, problemas de memória, de concentração, ansiedade, formigamentos e dormências em partes do corpo, tontura, alterações intestinais e depressão. Estes são os sintomas da fibromialgia, síndrome clínica que afeta de 2% a 3% da população brasileira, em sua maioria mulheres entre os 30 e 55 anos.
Para alertar a população sobre a doença, Maio transformou-se no Mês Conscientização e Enfrentamento à Fibromialgia, em homenagem a Florence Nightingale, enfermeira inglesa, pioneira do Movimento Internacional da Cruz Vermelha, que sofria da doença e, mesmo assim, teve papel fundamental no atendimento aos feridos de guerra.
“É uma síndrome que se caracteriza, principalmente, pela ocorrência de dor generalizada. Ela pode ter causa primária, ou seja, se constituir uma doença por si só, ou ser secundária a um conjunto amplo de doenças metabólicas, como o hipotireoidismo, o diabetes; doenças reumáticas, como a polimialgia reumática, por exemplo, ou mesmo uso de medicamentos, por exemplo”, explica o neurologista Rogerio Adas, coordenador do Departamento Científico de Dor, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
A fibromialgia pode ser desencadeada por estresse pós-traumático causado por um trauma físico, psicológico ou uma infecção grave. O quadro começa com uma dor localizada crônica e se espalha por todo o corpo. Sabe-se ainda que esses pacientes são mais sensíveis à dor do que as outras pessoas. “Os principais sintomas da doença são as dores difusas, presença de pontos dolorosos nos membros, tronco e cabeça, fadiga e insônia. É comumente associada a sintomas depressivos, ansiedade e mesmo alterações cognitivas como dificuldades de concentração”, conta o neurologista. O diagnóstico é feito com exames clínicos, pois não existem testes para detectar a fibromialgia. Para constatar a síndrome, o médico verifica se o paciente apresenta os sintomas da doença e observa a existência de pontos dolorosos nos músculos.
Por ser uma condição crônica, a fibromialgia não tem cura. Entretanto, não é uma doença progressiva, não causa danos aos órgãos, articulações e músculos e não é fatal. Seu tratamento busca aliviar a dor com medicamentos, atividades físicas e fisioterapia. “Deve envolver fortalecimento muscular, fisioterapia, hidroterapia, acupuntura e outros métodos, como yoga e meditação, por exemplo. A implementação destas práticas deve ser feita caso e caso, a depender do momento da doença e das preferencias pessoais. Psicoterapia cognitiva comportamental pode auxiliar o enfrentamento da doença e minimizar a dor. Como é uma doença associada à ansiedade, depressão e insônia, estas condições também devem ser devidamente tratadas”, ressalta Adas.