AVC: diagnóstico e tratamento
O AVC – Acidente Vascular Cerebral é uma doença de manifestação aguda ou rapidamente evolutiva. Se alguém estiver na frente de um amigo ou parente na rua, por exemplo, é bom saber os sintomas principais.
Em questão de minutos, o quadro piora com a manifestação de perda de alguma função, como a fala. O indivíduo não consegue mais falar, tem alguma dificuldade de expressão, compreensão, déficit motor ou perde a força de um lado do corpo.
Pode ocorrer ainda déficit sensitivo, visual, com perda da visão total ou parcial de um dos olhos ou de ambos, dor de cabeça ou tontura muito forte. São vários sintomas que podem vir agrupados, isolados ou associados numa manifestação sempre aguda ou rápida, sempre evolutiva.
Quem presencia esses sintomas deve pensar que se trata de AVC e procurar, o antes possível, atendimento médico especializado, porque o tratamento deve ser rápido e há pouco tempo para fazer o tratamento correto.
O AVC tem tratamentos específicos que trazem bons resultados. Eles são tempo-dependentes e devem ser realizados nas quatro primeiras horas após o AVC. Como é feito? Primeiro, com cuidados gerais. Temos que equilibrar todas as funções do indivíduo, como pressão arterial, taxa de glicose e hidratação.
É preciso ainda utilizar uma droga que desfaça o coágulo e permita a circulação sanguínea. Isso pode ser feito por via endovenosa. Mais recentemente, vem sendo introduzida uma nova técnica, que consiste em retirar o coágulo por meio de um cateter local que o localiza, prende e retira. Para isso, há um tempo de seis a 18 horas aproximadamente, dependendo da situação, que sempre é emergencial. Por isso, o doente deve procurar rapidamente um tratamento especializado.
Rubens José Gagliardi é professor titular de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.