O mal de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central que afeta principalmente as funções motoras, gerando sintomas como tremores que predominam em repouso, rigidez, lentidão e dificuldade para caminhar. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos tem Parkinson. A doença não possui cura e nem formas de prevenção, porém com os avanços da tecnologia na medicina hoje é possível tratar e diminuir alguns dos principais sintomas. No início da doença, usualmente os sinais são compensados com medicações, mas com o passar dos anos, alguns pacientes começam a apresentar flutuações do efeito do tratamento ao longo do dia, como se as medicações não tivessem resultado, apresentando movimentos involuntários e tremores incontroláveis. Com o intuito de melhorar a qualidade de vida desse grupo de pacientes, ao longo de muitas décadas, desenvolveram-se técnicas cirúrgicas para atenuar os sintomas.
“Com o auxílio de recursos avançados de neuroimagem – uma combinação entre uma tomografia e sequências especiais de ressonância magnética do encéfalo – é possível inserir um eletrodo em áreas que são envolvidas nos sintomas da doença e inibi-las, atenuando as manifestações clínicas da doença e aumentando a qualidade de vida dos pacientes”, explica Eduardo Urbano, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
O especialista explica que os resultados variam para cada pessoa e ao longo da vida do paciente. “Sabemos que o Parkinson pode se manifestar diferentemente em cada indivíduo, podendo variar de um leve tremor que pouco incomoda ou até um quadro com muitas debilidades, por isso os resultados dependem de uma série de fatores, como: tempo de doença, idade, sintomas predominantes, resposta aos medicamentos, dentre outros”.
Um teste muito importante para dimensionar o resultado é o de “levodopa”, que pode ser feito ambulatorialmente. Os estudos demonstram que há uma correlação clara entre a resposta clínica no teste e o benefício obtido após o tratamento cirúrgico: para um paciente com uma resposta de 70% ao teste, espera-se uma melhora de 70% após a cirurgia. O tratamento cirúrgico para o Parkinson é uma técnica estabelecida e consagrada na medicina moderna que requer alta capacitação e, por esse motivo, é realizado apenas em poucos centros. “O Hospital São Camilo conta com equipe especializada, com longa experiência no implante de eletrodos cerebrais profundos para o tratamento do Parkinson e outros distúrbios de movimento”, completa o médico. A neuromodulação é uma área de constante avanço na medicina. Além da doença de Parkinson, outros distúrbios de movimentos podem ser tratados com a técnica de estimulação cerebral profunda, como a distonia e o tremor essencial. Na coluna, é possível modular a atividade medular para o tratamento de dor neuropática, trazendo grande alívio para pacientes com dores crônicas e intratáveis.