Sebastião Barbosa, pesquisador aposentado da unidade de Algodão da Embrapa, será o novo presidente da empresa que é vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Barbosa substituirá Maurício Lopes, também funcionário da empresa que, ao encerrar sua gestão, em segundo mandato, voltará à função de pesquisador. A posse está prevista para o próximo dia 10 de outubro, depois de publicada sua nomeação que será assinada pelo presidente do Conselho de Administração da Empresa (Consad), o secretário executivo do Mapa, Eumar Novacki.
A escolha, feita dentro de processo previsto na Lei das Estatais e no estatuto da Empresa, teve 16 concorrentes. Desse total, três foram selecionados, depois de análise de currículos, e entrevistados pelos integrantes do Consad.
A mudança não inclui os três diretores-executivos, que assumiram o cargo em julho de 2017 e permanecem, já que possuem mandato de dois anos e ainda renovável. A sucessão não deverá alterar o processo de revisão estrutural e funcional da Embrapa, iniciado em 2015, uma vez que é conduzido por toda a Diretoria Executiva e não apenas pelo presidente.
Currículo do novo presidente da Embrapa
Sebastião Barbosa é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa (1967), com mestrado em Entomologia (1973) e doutorado em Entomologia e Manejo Integrado de Pragas pela Mississippi State University (1974). Tem também experiência em Gestão de P&D e “Institutional Building”.
1968-1975: Pesquisador do Departamento de Pesquisa e Experimentação da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal-FZDF. Responsável por pesquisa e extensão em controle de pragas. Organizador e curador da coleção entomológica da FZDF. Organizou cursos de pequena duração sobre as pragas dos principais cultivos e seu manejo. Professor visitante da Universidade de Brasília (UnB).
1975-1976: Vice-diretor e professor adjunto do Departamento de Engenharia Agronômica da UnB. Coordenador das atividades acadêmicas do departamento, relacionamento com o setores público e privado. Responsável pelas atividades de P&D do departamento. Estabeleceu experimentos de campo sobre controle de pragas de algodão em Santa Helena (GO). Assessorou o Ministério da Agricultura sobre a legislação e uso de inseticidas. Orientou alunos da UnB com bolsa de iniciação científica do CNPq.
1976-1981: Pesquisador III em entomologia, nas Unidades Descentralizadas (UD) de Recursos Genéticos e Biotecnologia, Algodão e UEPAE de Brasília.
1981-1983: Chefe de P&D da Embrapa Hortaliças, presidente dos comitês de publicações e de lançamento de cultivares. Coordenador do Programa Nacional de Pesquisas de Hortaliças. Promoveu cooperação com a Emater-DF, organizou e ministrou cursos para extensionistas e agricultores. Coordenou programas de cooperação com o Centro Internacional da Batata (CIP), do CGIAR e com o INRA-França. Elaborou o projeto de cooperação com a Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA).
1984-1985: Assessor da Diretoria Executiva da Embrapa. Coordenou a preparação de recomendações e planos de ação, por solicitação do MAPA, para a delimitação da área infestada, a contenção, o controle e a erradicação do bicudo do algodoeiro.
1985-1995: FAO. Oficial superior do Serviço de Proteção de Plantas, em Roma (Itália). Representou a FAO em foros internacionais sobre P&D para o desenvolvimento de Manejo Integrado de Pragas (MIP) na agricultura. Orientou agências governamentais de países em desenvolvimento sobre políticas de proteção fitossanitária e P&D em MIP. Liderou todas as fases de desenvolvimento, negociação, aprovação, financiamento, implementação, apoio, revisão e avaliação de projetos/programas da FAO sobre P&D em MIP. Foi secretário técnico do Painel Global de Especialistas da FAO/Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), sobre MIP. Organizou a primeira reunião do Painel na antiga União Soviética.
1995-2002: FAO, em Santiago (Chile): Coordenou as atividades de Defesa Fitossanitária da FAO-RLAC, com ênfase na implementação da Convenção Internacional de Proteção Fitossanitária e da Convenção de Roterdã. Apoiou o estabelecimento do Grupo de Trabalho Latino-Americano sobre a Bactéria Entomopatogênica, Bacillus thuringiensis, para pesquisa e desenvolvimento de biopraguicidas.
2002-2006: Coordenador de Cooperação Internacional da Embrapa. Representou o presidente em foros nacionais e internacionais.
2006-2014: Consultor na preparação, negociação, implementação e avaliação de projetos de P&D. Diretor técnico da empresa RuralProsper Consultoria Ltda.
2014-2018: Chefe-geral da Embrapa Algodão. Liderou uma profunda reengenharia nos procedimentos administrativos da Unidade, dando-lhe mais transparência, seriedade e eficiência. Deu grande ênfase às áreas de P&D e de transferência de tecnologia, consolidando o Núcleo de Pesquisa do Cerrado junto à Embrapa Arroz e Feijão, em Goiás, e o Campo Experimental de Barbalha, no cariri cearense. Idealizou e liderou os processos para trazer sustentabilidade à produção de algodão no cerrado e criar condições para a volta do algodão ao semiárido nordestino. Reinseriu a Embrapa Algodão na agenda do agronegócio do algodão.