ABIMAPI promove evento para apresentar indústria de panetone do Brasil
Os convidados também compartilharam informações sobre os hábitos de consumo de seus países
Na última quinta-feira, dia 20 de setembro, a ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães & Bolos Industrializados), em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), reuniu os principais líderes das indústrias de panetone no Brasil com o objetivo de apresentar informações sobre o mercado da América Latina e Estados Unidos.
Entre os 10 principais destinos das exportações brasileiras, os Estados Unidos lideraram as compras destes produtos, com 50% de participação, seguidos por Peru (15%) e Japão (8). Paraguai, Uruguai, Chile, Venezuela, Canadá, Bolívia e Argentina também estão na lista dos principais importadores. Para este ano, as indústrias esperam um crescimento de 7,5% nas exportações; a estimativa é atingir U$ 15 milhões em faturamento e 5 mil toneladas em volume de vendas.
As novidades para 2018 foram apresentadas durante o 1º Salão do Panetone, que aconteceu no dia 18 de setembro. Os oito convidados estrangeiros provenientes do Chile, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Uruguai conheceram números recentes do consumo do alimento no Brasil, além do posicionamento nacional e internacional do segmento. Na oportunidade, Claudio Zanão, presidente-executivo da ABIMAPI, destacou que “somos o segundo maior fornecedor global de panetones, atrás apenas da Itália, e o primeiro da América Latina, à frente de Peru e Argentina”.
A associação também programou uma série de atividades que incluiu visitas às fábricas localizadas em São Paulo (SP), onde os formadores de opinião estrangeiros puderam conhecer mais detalhes dos produtos, incluindo a fermentação natural, um dos pilares da fabricação brasileira. Entre encontros e agendas, todos tiveram a oportunidade de compartilhar a visão obtida sobre o mercado brasileiro, além de apontar os hábitos de consumo de panetone de seus países e as potencialidades a favor do Brasil.
Renato Peralta, chef e consultor gastronômico com mais de 20 anos de atuação do Peru, destacou que a população peruana valoriza os produtos que utilizam matéria-prima local. “A gastronomia é nosso motor de desenvolvimento. Somos o terceiro consumidor de panetone do mundo, atrás da Itália e Brasil. Mas em número per capita, estamos no topo da lista”, afirmou. Isso porque o produto chega à mesa da população também no mês de julho – durante as solenidades patrióticas nomeadas “Fiestas Patrias” – e entre novembro e fevereiro, principalmente. Ainda de acordo com o chef, o país vende em média 130 milhões de panetones por ano, sendo 90% de frutas cristalizadas e 10% de chocolate.
O Peru também tem a tradição de comer a iguaria com chocolate quente. Em Seattle (EUA), a bebida que acompanha o panetone é o café, e no Uruguai, o mate; por isso, preferem os sabores menos adocicados. No Chile o hábito é comer quente acompanhado de uma bebida alcoólica local, que mistura café, leite, cravo, canela e pisco, conhecida como “cola de mono”.
Os convidados aproveitaram, ainda, para fazer sugestões para as empresas brasileiras. Para os Estados Unidos, por exemplo, o ideal é que a exportação leve o maior número de novidades, como os panetones zero ou os com grãos. No Paraguai e Colômbia, os recheios doces são os que tendem a obter mais sucesso.
Um consenso entre as regiões é em relação à embalagem. Todos dão preferência aos panetones que estão em caixas mais bonitas e sofisticadas, para que possam reutilizar o recipiente ou presentear amigos e familiares nas festas de fim de ano. Além disso, indicaram ainda que o marketing invista na degustação dos alimentos em supermercados, por exemplo, o que ajudará a tornar o público internacional mais fiel.
A pesquisadora americana e cientista de alimentos Kantha Shelke, especializada em inteligência competitiva para indústria, comentou que as marcas brasileiras precisam ajustar os seus panetones para o mercado norte-americano: “As pessoas recebem muito bem as novidades, mas é preciso ensinar novas formas de servir o produto. Hoje, temos muitas tendências disruptivas”, contextualizou.
Shelke disse também que é preciso priorizar e/ou destacar as informações nutricionais mais relevantes no rótulo. Além disso, completou que as marcas devem considerar a criação de novos sabores a partir das mais diversas frutas brasileiras, adicionar novos ingredientes como os vegetais, ricos em fibras, além de frutas secas. As sugestões tornariam o panetone mais atrativo especialmente para os millennials que procuram por itens mais saudáveis.
Para Cláudio Zanão, presidente-executivo da ABIMAPI, o evento reforçou como a categoria vem se desenvolvendo e solidificando o mercado tanto no Brasil quanto fora do país. “Foi um sucesso. Entendemos as preferências dos consumidores de diversos países e pudemos comprovar como a indústria fortifica o mercado alimentício”, diz.
Sobre a ABIMAPI
Uma das maiores associações alimentícias do país, a ABIMAPI representa mais de 90 empresas que detêm cerca de 75% do setor e geram mais de 100 mil empregos diretos. Só no Brasil, responde por um terço do consumo de farinha de trigo. Sua missão é fortalecer e consolidar as categorias de biscoito, macarrão, pão e bolo industrializados nos cenários nacional e internacional. Em parceira com a Apex-Brasil, desenvolve o projeto setorial para fomento da exportação, formado por 60 empresas brasileiras que anualmente exportam para mais de 80 países.
Sobre a Apex-Brasil
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira, por meio de ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior. A Agência também atua de forma coordenada com atores públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do país.