Endocrinologista alerta para aumento de casos de diabetes infantil
Chocolates, balas, pirulitos, refrigerantes e biscoitos recheados. Guloseimas como essas fazem parte da rotina das crianças. Contudo, o consumo excessivo de açúcar entre os pequeninos tem ocasionado no aumento significativo de diabetes infantil. Somente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, mais de 10 milhões de pessoas têm diabetes; destas, mais de um milhão são crianças e adolescentes. A diabetes consiste na alteração de níveis de açúcar do sangue, decorrente da falta de produção ou da falta de ação da insulina, um importante hormônio produzido pelo pâncreas.
A endocrinologista do Hapvida Saúde, Jamile Santos, esclarece que na infância e na adolescência a incidência maior é a diabetes mellitus tipo 1, doença do sistema endócrino caracterizada por hiperglicemia crônica. “A diabetes tipo 1 é causada pela destruição pelo sistema imune das células do pâncreas secretoras de insulina. Já a tipo 2 é muito mais frequente no adulto, porém sua incidência vem aumentando na infância devido ao número crescente de casos de obesidade infantil. Nesse último caso, o organismo produz insulina, mas fica mais resistente a seus efeitos”, explica.
Por isso, os pais precisam estar atentos aos sinais. “Os sintomas da diabetes tipo 1 são sede excessiva, cansaço para brincar e estudar, muita vontade de urinar, aumento do apetite e perda de peso. Já os sintomas da diabetes tipo 2 na infância são mais brandos e muitas vezes inexistentes, podendo em casos avançados ocorrer sede, perda de peso, cansaço e visão turva”, acrescenta Jamile.
A endocrinologista alerta para que o tratamento se inicie o quanto antes com a supervisão de um médico especialista. “A demora em procurar atendimento pode ter como consequências cetoacidose diabética cujo tratamento envolve internação e pode levar à desidratação severa, vômitos e coma. Como na diabetes tipo 1 o pâncreas não produz insulina, o tratamento consiste na aplicação exógena diária desse hormônio e no controle alimentar aliado à prática de exercícios físicos. No tipo 2, a mudança no estilo de vida é ainda mais importante e pode ser associada também a medicações orais e em casos mais graves, trabalhamos com a aplicação da insulina”, finaliza a médica.