A preocupação dos industriais gaúchos em relação à situação do sistema elétrico do RS e os desdobramentos provocados pela desistência da chinesa Shanghai Eletric de sua parceria com a Eletrosul em empreendimentos de transmissão de energia no Estado foi levada ao gerente executivo da Gerência de Engenharia do Sul do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Manoel de Jesus Botelho. Ele participou, na tarde desta terça-feira (20), da reunião do Grupo Temático de Energia do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). “Na última reunião levantamos essa preocupação da indústria, como consumidora, sobre o potencial energético de geração do Rio Grande do Sul e a procrastinação das linhas de transmissão que afetam todo o nosso Estado”, disse o coordenador do Grupo Temático, Edílson Deitos, ressaltando a importância de atuar em conjunto com os governos atuais e com os que estão assumindo para tentar encontrar uma alternativa.
A previsão inicial para entrada em operação dos empreendimentos era março de 2018. Com a desistência dos chineses, porém, um novo leilão será feito em 20 de dezembro deste ano. Serão mais cinco lotes ofertados no Rio Grande do Sul para reforçar o sistema elétrico. “Quanto mais atrasarem as obras, pior fica para entrar geração no Estado, que passa cada vez mais a ser importador de energia”, admitiu Botelho, que prevê, com o sucesso no próximo leilão, que os novos empreendimentos poderão operar a partir do final do ano de 2022. O gerente, entretanto, não vê perigo de um colapso no fornecimento de energia no Estado até lá. “Minha palavra é tranquilizadora para os industriais. O recorde de pico de carga foi em 2014, com o sistema que está aí, não vejo risco de repetir. O Brasil viveu dois anos de recessão não houve crescimento que causasse sobrecarga de energia. Além disso, com a divisão do leilão em cinco lotes, com custos menores, serão lotes bem cobiçados”, concluiu.