ETEC Pirituba terá 10 equipes na etapa brasileira que vai escolher as melhores escuderias, formadas por alunos do Segundo Grau, para o projeto educacional apoiado pela Fórmula 1, com a finalidade desenvolver competências e habilidades de ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
A ETEC Pirituba, Professora Doutora Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara, será a primeira escola pública brasileira a participar da F1 in Schools, projeto educacional baseado na formação de escuderias de corrida apoiado pela Fórmula 1 e que tem como finalidade desenvolver competências e habilidades de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (metodologia STEAM, da sigla em inglês para Science, Technology, Engineering, Arts, and Mathematics) em alunos do Ensino Fundamental II e Médio de 42 de países.
O convite à ETEC Pirituba para participar do projeto foi feito pelo Grupo de Trabalho de Educação Digital da SUCESU-SP, que é parceira da Associação Projetando o Futuro, representante no Brasil deste projeto mundial, e será responsável pela viabilização dos recursos em parceria com fabricantes e fornecedores de tecnologias e equipamentos utilizados pelos alunos, tais como impressoras 3D, software de gerência de projetos, de gestão e finanças, marketing e mídia, entre os outros recursos. “Iremos convidar o governador e secretário de Educação de São Paulo para fazerem parte do júri, visando – com este piloto – difundir a ideia da competição para todo o Brasil, além de poder contar com o apoio governamental para levar a F1 in Schools para mais escolas públicas”, comenta Miriam Vasco, presidente da SUCESU-SP e membro do Grupo de Trabalho. “Quando conhecemos o projeto, por meio de um amigo pessoal, o Carlos Inda, que teve a sua filha Ana Paula na competição, pelo Colégio Vértice, percebemos todo o seu potencial como instrumento educacional para as escolas públicas. Antes, somente os estudantes da rede participar participavam. O nosso objetivo é democratizar esta iniciativa”, revelou.
A ETEC de Pirituba entra na competição em fevereiro, com a volta das aulas, e na Semana Paulo Freire, em maio, selecionará as três melhores entre as suas 10 escuderias, formadas por todas as turmas do Ensino Técnico, de nível Médio. O anúncio da participação na etapa brasileira da F1 in Schools foi feito pela diretora da escola técnica estadual, Eliane Leite, no dia 01 de dezembro de 2018 aos com professores e coordenadores, em reunião de Planejamento Pedagógico 2019, com a presença do representante oficial da competição, Waldemar Battaglia, diretor da organização Projetando o Futuro e a Diretoria da SUCESU-SP.
“A F1 in Schools possui uma filosofia pedagógica de apoio ao trabalho em equipe, interdisciplinar, para a formação dos nossos alunos, o que é idêntica à da nossa escola”, comenta a diretora Eliane Leite. “A ideia de se trabalhar várias habilidades em equipe também foi utilizada em nossa corrida de carrinhos de rolimã, que realizamos por dois anos seguidos, com ótimos resultados pedagógicos. Agora, serão outros materiais e novas técnicas e aptidões, além de incentivar o empreendedorismo cidadão e a inovação, que são habilidades que estão sendo muito exigidas no mundo das profissões de hoje. Queremos formar cidadãos autônomos, colaborativos e proponentes de soluções. Este projeto F1 in Schools atende a esta nossa filosofia”, enfatiza a diretora.
Os alunos se reúnem em equipes e recebem a tarefa de montar escuderias que atuam como uma “empresa” para se preparar para a competição. Os jovens também devem considerar a banca de avaliação como um grupo de investidores ou uma aceleradora de negócios e que serão analisados os seus portfólios do plano de negócio, divisão e execução de tarefas, gestão de orçamento e finanças, marketing – incluindo a definição e busca de patrocínio – e ações nas mídias sociais. A inteligência no uso do dinheiro arrecadado com os patrocinadores, independentemente do valor obtido, também é considerada.
Na criação dos protótipos, os alunos projetam e constroem seus carros de corrida que tenham a melhor aerodinâmica e desempenho. Para isso, fazem uso de software de projetos e ferramentas de CAD, além de outros recursos, tais como impressora 3D. Os alunos assim tem contato com a Cultura Maker, onde o que aprendem nas classes é complementado pelo construir na prática. As equipes também devem construir a identidade visual da “marca” da escuderia no stand da competição e dos uniformes das equipes. Na Final Brasileira – a única no mundo a ter esta exigência – é solicitada que as equipes participem de projetos sociais em suas comunidades, com a finalidade de formar empreendedores cidadãos.
A escuderia campeã da ETEC Pirituba, irá junto com os outros campeões das escolas particulares, participar da final internacional no final de 2019, seguindo o calendário da Formula 1.
Waldemar Battaglia conta que a final acontece sempre em uma cidade onde é realizado um dos círculos da Formula 1 ao final do segundo semestre. Em 2018 a final foi em setembro na corrida em Singapura e o campeão foi a Austrália. A etapa brasileira começará em março de 2019 e a final nacional em novembro do mesmo ano, no período do GP do Brasil. Também vamos usar pistas de testes oficiais para que os alunos possam levar alguns protótipos diferentes para avaliação de desempenho, o que motivará as equipes a se capacitar a dar respostas aos erros e acertos em seus projetos. Como na final são aceitos apenas 3 carros idênticos, os testes servem para ajudar as escuderias a projetar o melhor modelo para a competição”, afirma.
A participação das escolas brasileira na F1 in Schools
Da etapa brasileira da edição 2017/2018 da F1 in Schools participaram escuderias enviadas por três escolas particulares: British School da Barra (RJ) com 2 equipes; FourC de Bauru com 1 equipe; Vértice de São Paulo com 4 equipes; Colégio Arquidiocesano de São Paulo com 1 equipe; Guilherme Dumont Villares de São Paulo com 5 equipes. Na etapa brasileira, o primeiro lugar ficou com a Brazilian 6 da Vértice (tendo o colégio também conquistado o bicampeonato); o segundo lugar foi para equipe B.E.S.T. da FourC (Business Engineering Science Technology), e na terceira posição ficou a equipe Segel, da Vértice. Participaram da final mundial em Singapura, em setembro de 2018, as equipes Brazilian 6 e Segel (Vértice) e B.E.S.T. do FourC, que recebeu premiação da Red Bull como a equipe mais jovem do torneio e que teve o carro classificado em 14º na prova Carro Mais Veloz em um total de 50 equipes de 38 países.
Mais informações: https://www.projetandoofuturo.com/formula-1-nas-escolas