Nem todo mundo emagrece comendo de três em três horas
Comer a cada três horas funciona? Essa é uma questão individual que não segue uma regra. Pelo contrário, cada organismo trabalha de uma forma, sendo assim, cada situação é única. É importante ter em mente que a consciência vem acompanhada de informação e que uma boa dieta vai privilegiar o tipo de cada pessoa.
Um estudo realizado na Universidade de Maastricht, na Holanda, em 2012, revelou que comer muitas vezes ao longo do dia eleva os níveis de glicose no sangue. Sendo assim, o ideal é não manter pequenas refeições em curtos períodos. Também é necessário respeitar o organismo para não forçar a alimentação, e manter uma boa relação com o que se come. Definitivamente, se você acorda sem fome não deve forçar a comer o café da manhã. Esses são sinais que o corpo dá. Já se você acorda com fome, precisa se alimentar. Ou seja, não existe uma regra e a função do nutricionista é trabalhar cada tipo individualmente.
Um estudo mais recente, desenvolvido pelo biologista celular e Nobel de Medicina de 2016, Yoshinoti Ohsumi, pesquisador na Universidade de Tóquio, analisou o processo natural do corpo humano revelando que é necessário haver pausas extensas entre uma refeição e outra a fim de atender o tempo que o organismo precisa para processar os alimentos. Conhecida como autofagia, uma espécie de autocontrole das próprias células que se reciclam conforme são degradadas, formando um ciclo de renovação. O mesmo vale para a água. A quantidade de água diária é proporcional ao peso da pessoa. Beber três litros de água ao dia não é necessariamente saudável para todo mundo.
Ainda sobre a quantidade de água, saiba que o consumo deste líquido em jejum não tem nada a ver com saciar a fome, e que beber água pela manhã tem outra função: ajudar o processo intestinal. Beber água em jejum é bom para neutralizar o ácido do estômago que ficou “ressecado” durante o tempo de sono. Se a água estiver morna é ainda melhor porque a temperatura ajuda a relaxar a alças do intestino e o estômago.
Por fim entenda que você é único e seu corpo pede um tratamento exclusivo. A parte boa dessa história é que ele está sempre te dando dicas do que funciona e o que é melhor evitar. Você precisa aprender ouvir. Mas se ainda assim tiver dúvidas, consulte um nutricionista.
Sabina Donadelli é pós-graduada em Nutrição