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Especialista é contra o uso de “óculos solar” nas Olimpíadas de Tóquio

Diante da notícia divulgada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) de que vai investir na tecnologia de “óculos solar” para driblar as 12 horas de diferença de fuso horário entre Brasil e Japão que podem impactar no rendimento dos atletas, especialistas em saúde ocular começam a se manifestar. A tecnologia, que começou a ser testada nas Olimpíadas do Rio, em 2016, sob coordenação de Marco Tulio de Mello – professor da Universidade de Minas Gerais (UFMG) – pode impactar a visão e desregular o relógio biológico dos usuários.

“Esses óculos com ‘banho de luz’ podem ser bem agressivos aos olhos, mesmo tendo menos energia do que a luz ultravioleta. Os atletas expostos a essa luz contínua não estão somente atrasando o relógio biológico e a produção de melatonina para aumentar o rendimento, mas estão mais vulneráveis ao estresse ocular. Os efeitos são bastante semelhantes a quem fica exposto à luz azul de tablets e smartphones. O primeiro desdobramento é uma redução significativa na produção de lágrimas. Com o tempo, a visão fica estressada. Ou seja, mesmo que temporariamente, a pessoa percebe imagens com pouca definição, meio sem foco e borradas, resultado da pouca lubrificação ocular. Além disso, episódios de dor de cabeça e enxaqueca podem se tornar mais frequentes”, diz o médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos. “O ideal, para compensar as 12 horas de diferença no fuso horário, é que a delegação chegue a Tóquio pelo menos 12 dias antes do início dos jogos para haver uma completa adaptação do organismo”.

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