Saiba como identificar a ansiedade infantil

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que cerca de 9,3% dos brasileiros apresentam os sintomas de ansiedade, transtorno que atinge de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Uma pesquisa conduzida pelo professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Fernando R. Asbahr, mostra que aproximadamente 10% de todas as crianças e adolescentes sofrerão algum tipo de transtorno de ansiedade.

Lidar com o problema não é uma tarefa fácil em nenhuma fase da vida. Imagine, então, quando o transtorno atinge crianças. A partir dos estudos do psicanalista Sigmund Freud (1836-1939), a psicóloga Beatriz Moura destaca os três os tipos de ansiedade mais comuns em crianças e como os pais podem identificar essas alterações nos filhos.

Um deles, o Transtorno de Ansiedade de Separação é uma ansiedade excessiva por conta do afastamento dos pais por um determinado período. Para diagnosticar esse tipo de transtorno, alguns fatores devem ser levados em consideração. O primeiro critério diagnóstico é a presença de, pelo menos, três sintomas relacionados com reações emocionais inadequadas ao grau de desenvolvimento da criança ou do adolescente, com relação ao afastamento de casa ou dos pais. Dentre os sintomas possíveis, estão:

Esses sintomas são comuns em qualquer idade antes dos 18 anos e aparecem com mais frequência entre os sete e nove anos de idade. Em alguns casos, as crianças podem apresentar dores na cabeça, no estômago e náuseas.

Já o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) indica a presença de preocupações excessivas e incontroláveis sobre diferentes aspectos da vida. Os sintomas que devem ser avaliados, incluem:

O quadro deve ser acompanhado ainda de pelo menos três de seis sintomas físicos, tais como:

Para que o diagnóstico seja confirmado em crianças, basta identificar apenas um sintoma. Os sinais aumentam com a idade e a incidência da TAG ocorre em crianças de até 12 anos.

Por fim, o Transtorno de Ansiedade Social (TAS) ou Fobia Social é a ansiedade exagerada por conta da convivência com pessoas não familiares. É muito comum em crianças com até dois anos e meio não se sentirem à vontade perto de pessoas não familiares. Esse comportamento é esperado para a idade e deve ser entendido como parte do desenvolvimento infantil normal. Entretanto, após este período, se o estranhamento persistir e interferir na construção de uma vida social, é possível que este desconforto tenha se tornado patológico.

Os critérios para diagnosticar o TAS, incluem:

Para cada um dos casos, a psicóloga Beatriz Moura aconselha que os pais fiquem de olho em qualquer mudança emocional ou no comportamento dos filhos. É importante procurar orientação de um profissional especializado, para que a ansiedade infantil seja tratada e não traga nenhum prejuízo no desenvolvimento da criança.

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