O especialista salienta ainda que, no Rio Grande do Sul, este foi o primeiro transplante de fígado com um doador tão pequeno, tanto em relação ao tamanho do órgão, quanto a sua idade. Agora, a pequena Laura encontra-se em recuperação na UTI do Hospital da Criança Santo Antônio, devendo ser transferida para a unidade de internação nos próximos dias. Para Jaqueline Gomes, mãe de Laura, “não existem palavras que possam agradecer o suficiente para esta família que autorizou a doação dos órgãos do seu filho, pois eles salvaram a vida da minha bebê”, cita, emocionada.
A lista de espera por um transplante de fígado pediátrico na Santa Casa conta com, em média, cinco crianças. “Não se trata de uma lista muito grande, pois nossa equipe é capacitada para realizar transplante de fígado intervivos, ou seja, a partir da compatibilidade entre algum familiar e o receptor”, explica Kalil. O hospital é o único fora de São Paulo que realiza este tipo de procedimento de forma continuada, e que amplia as chances de cura de pequenos pacientes com doenças hepáticas, pois, neste caso, não é necessário aguardar por um órgão compatível de doador falecido. “Nosso índice de sucesso em transplantes intervivos é de 90%, entretanto, no caso da Laura não foi possível localizar um familiar compatível, sendo o transplante a partir de doador falecido a sua única chance de vida”, finaliza o especialista.
*a atresia biliar é uma má formação do fígado, na qual o portador nasce sem os canais da bile, ou seja, ele não consegue excretar a bile e o fígado fica rapidamente com cirrose.