Exportações da indústria gaúcha apresentam estagnação no primeiro trimestre
As exportações da indústria gaúcha recuaram 5,2% de janeiro a março de 2019 comparado ao primeiro trimestre do ano passado, alcançando US$ 4,7 bilhões. Se desconsiderarmos os registros das plataformas de petróleo no âmbito Repetro, em janeiro de 2019 e fevereiro de 2018, a indústria gaúcha apresenta estagnação nas vendas externas (-0,3%), totalizando US$ 3,4 bilhões. O resultado foi divulgado, nesta terça-feira (9), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). A deterioração do quadro econômico da Argentina vem exercendo forte influencia negativa sobre as vendas do Estado para o país vizinho. Nos últimos 12 meses houve uma perda de participação das vendas de 9,7% para 6,1%, resultando numa queda acumulada de 37,7%. “A diminuição da renda nacional e a desvalorização do Peso dificultam que o mercado argentino absorva o volume importado anteriormente. Lembrando que a Argentina é um importante parceiro comercial do Estado, terceiro no ranking de exportações, atrás apenas de China e Estados Unidos”, explica o presidente em exercício da FIERGS, Gilberto Ribeiro.
A crise da Argentina atinge a exportação de vários segmentos industriais gaúchos, dada à variedade da pauta que vai para o país vizinho, mas especialmente Veículos automotores, Químicos e Máquinas e equipamentos. As contribuições mais positivas no trimestre foram dos segmentos de Celulose e papel (+135,4%, atingindo US$ 631 milhões) e Tabaco (+32,6%, US$ 480 milhões), Coque e derivados de petróleo e biocombustíveis (+223,1%, US$ 42 milhões), Madeira (+21,7%, US$ 56 mihões) e Produtos de Metal (+2,6%, US$ 118 milhões). Já as negativas foram Alimentos (-24,2%, registrando US$ 650 milhões) em especial carnes e soja, Máquinas e equipamentos (-54,3%, US$ 147 milhões), Veículos automotores (-22%, US$ 291 milhões) e Químicos (-11,7%, US$ 422 milhões).
As exportações totais do Estado no trimestre tiveram um recuo ainda maior, de -14,7%, alcançando US$ 5 bilhões. O número é atenuado com a desconsideração das operações com plataformas, mas segue negativo -7,4% (US$ 3,7 bilhões). O resultado se deve à redução nos embarques do grupo de produtos básicos, influenciado pelo atraso na colheita de soja da safra 19/18.
As importações do Estado também tiveram redução no primeiro trimestre de 2019, comparativamente ao mesmo período de 2018: -5,5%, acumulando US$ 2,3 bilhões. Grande parte da queda se deve ao recuo de Bens de consumo duráveis (-47,7%), cujo resultado negativo reflete principalmente a diminuição de compras de automóveis, caminhonetas e utilitários.