O voluntariado foi praticado por 7,2 milhões de pessoas no país em 2018, segundo o suplemento Outras Formas de Trabalho, da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua, divulgado hoje (26) pelo IBGE. Em relação ao ano anterior, houve uma ligeira queda de 1,6%, após alta de 13% entre 2016 e 2017.
O total de voluntários representou 4,3% da população com 14 anos ou mais. A incidência era maior entre mulheres, 5% delas faziam trabalho voluntário; pessoas com 50 anos ou mais, 5%; e superior completo, 8%. “Pela questão cultural, a presença feminina é maior. Pessoas mais velhas, pelo maior tempo disponível e pela maior experiência de vida, se envolvam mais. E a participação dos mais escolarizados está relacionada a um rendimento mais estável e pelo próprio entendimento da necessidade de ajudar”, resume a analista do IBGE, Maria Lúcia Vieira. Segundo a pesquisa, o trabalho voluntário no país era realizado de forma consistente. A duração média das atividades era de 6,5 horas por semana e a maior parte dos voluntários, 48,4%, se dedicavam quatro ou mais vezes por semana.
Cresce trabalho voluntário feito individualmente
Assim como em 2016 e 2017, a grande maioria dos trabalhos voluntários era feita em instituições como congregações religiosas, sindicatos, condomínios, partidos políticos, escolas, hospitais ou asilos. Em 2018, 79,9% dos voluntários atuaram nesses locais. Cerca de 13% dos voluntários cumpriram atividades em associação de moradores, associação esportiva, ONG, grupo de apoio ou outra organização. A minoria, 9,8%, realizava o trabalho de forma individual, porém essa parcela vem aumentando ano a ano. Em 2016, eram 8,4% e em 2017 subiu para 9%. “O trabalho de forma individual é aquele feito diretamente a outra pessoa, como um vizinho que acompanha um idoso a uma consulta médica ou uma pessoa que distribui alimentos a necessitados do bairro. Lembrando que o voluntário pode realizar trabalhos em mais de um local, que também é captado pela pesquisa”, ressalta Maria Lúcia.