Os estudantes Thalles Ryan Vieira, 16 anos, do Instituto Estadual de Educação Gomes Jardim, e Amanda Pereira, 15 anos, da Escola Estadual Augusto Meyer, de Guaíba, foram selecionados para o time gaúcho de basquete das Paralimpíadas Escolares, evento mundial para crianças e jovens com deficiência em idade escolar que ocorre entre 18 e 23 de novembro em São Paulo.
O professor de Educação Física de Thalles, Murilo Jardim, explica que o jovem chegou timidamente na equipe e hoje é um dos goleiros menos vazados do Jergs. O educador reflete sobre a importância do processo de inclusão do aluno por meio do esporte. “Nós, professores, geralmente temos uma visão errônea deste trabalho. Incluir não é fazer com que as coisas girem em torno do estudante, muito menos colocar este jovem com deficiência em atividades afastadas do grupo. Esta integração só irá ocorrer de forma correta se ele for visto como mais um. É isso que vai fazer a diferença”, afirma.
A coordenadora da 12ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Vera Almeida, destaca o desempenho dos atletas. “Estamos muito orgulhosos deles. A história de vida e superação é um exemplo para todos. Não há satisfação maior para um professor do que ver seus estudantes atingindo seus objetivos. É gratificante”, diz.
A assessora do Jergs da 12ª CRE, Marga Fagundes Cardoso, explica que os alunos foram selecionados para as Paralimpíadas pelo seu potencial a partir da indicação das escolas. “Eles são muito talentosos e dedicados. Tem tudo para se tornarem atletas qualificados. No caso do Thalles, por exemplo, já havia uma experiência adquirida em várias modalidades no Jergs”, conta.
Amanda Pereira é a nova promessa do esporte da região de Guaíba. Ela usa muletas, pois não tem uma das pernas. Incentivada pela família e pelos professores, pratica exercícios desde criança e é apaixonada por futsal, basquete e ginástica.
A jovem, que foi selecionada para representar o Rio Grande do Sul nas Paralimpíadas Escolares, se adaptou ao basquete sobre rodas para aprimorar suas habilidades. Extremamente ágil com a bola, a menina dá um show de talento com a sua técnica apurada.
“No início eu tive muito medo de me machucar ou ferir os outros. Com o tempo, fui ganhando confiança. Meu professor me disse que se eu quisesse eu podia e não tinha o que me parasse. Isso foi fundamental para o meu desenvolvimento pessoal e como atleta”, diz.
Amanda festeja a oportunidade de representar o Rio Grande do Sul nas Paralimpíadas: “Estou muito feliz e grata por esta chance. Agradeço muito a minha mãe e aos meus professores por terem acreditado em mim e terem dado todo o suporte para que este momento acontecesse”.