Quem cuida dos cuidadores? Com essa preocupação, a Secretaria da Saúde (Semsad) organizou um mutirão envolvendo os motoristas da Prefeitura de São Leopoldo, que diariamente transportam servidores e pacientes.
O turno do motorista Edson Lemes de Ávila começa cedo. Às 5h da manhã busca em casa o primeiro paciente para hemodiálise. Com a lotação completa, o destino é o hospital de Clínicas de Porto Alegre. A sessão inicia às 7h30 e muitas vezes não tem hora exata para acabar, pois depende da complexidade do tratamento em que o paciente será submetido.
Trânsito, horários rígidos, pessoas doentes. Tudo isso faz parte da rotina. Aos 69 anos, sendo 38 dedicados ao serviço público, Edson gosta do que faz, mas admite que é necessário uma pausa para cuidar da própria saúde.
“É um compromisso constante, com pressão de horário, congestionamentos, zelo com os passageiros. É diferente do que estar a passeio. Muitas vezes ajudamos os pacientes a se locomoverem até o carro, pois uns não têm acompanhantes e ficam debilitados após as sessões de tratamento”, ressaltou.
Lidar com todas essas exigências é um fator a mais de risco. Por isso, a médica Lisiane Bitencourt da Silva, responsável pela atenção básica no município, dedicou a tarde para examinar a equipe de condutores. Foram seis profissionais hoje e seis na próxima semana.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Rio Branco recebeu o grupo. O checape iniciou com uma triagem que verificava peso, altura e sinais vitais. Em seguida, o paciente passava por exames clínicos, odontológicos e de imunizações para conferir a carteira de vacinas.
“Os motoristas se envolvem em cuidar do outro e, por vezes, não sobra tempo para cuidar de si. Esse é um momento de pausa e de prevenção. Eles precisam”, resumiu Lisiane.