“Nos causa perplexidade a audácia e falta de cidadania de algumas pessoas em relação a este momento de calamidade pública na cidade, Estado e País. Vamos localizar estas pessoas que postam notícias falsas nas redes sociais para se promover e causar pânico e processá-las para que respondam por estes atos irresponsáveis.” A declaração da prefeita Fátima Daudt mostra sua indignação com postagens falsas, a última delas dizendo que Novo Hamburgo aceitou ser referência no atendimento a casos de coronavírus em troca de dinheiro.
O correto, porém, é completamente o oposto. No início deste mês, o governo do Estado é que designou o Hospital Municipal de Novo Hamburgo como um dos cinco hospitais de referência para o enfrentamento ao coronavírus. “A escolha foi do Estado, dentro de seu plano de contingenciamento ao Covid-19”, lembra o diretor da Fundação de Saúde de Novo Hamburgo, que administra o hospital, Ráfaga Fontoura. Na oportunidade, foi definido que a casa de saúde hamburguense colocaria à disposição cinco leitos de UTI mediante repasse de equipamentos e que os atendimentos seriam custeados pelo Ministério da Saúde.
A prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, ainda está apreensiva, pois os tais equipamentos, como respiradores mecânicos, macas e monitores multiparâmetros, entre outros, ainda não foram repassados pelo Estado. Além do Hospital Municipal de Novo Hamburgo, também são referência o Hospital Conceição de Porto Alegre (do Grupo Hospitalar Conceição), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Hospital Universitário de Canoas e o Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo. “Não existe nenhum recurso extra para a Prefeitura de Novo Hamburgo. Além dos equipamentos, o hospital receberá apenas pelos atendimentos realizados, conforme eles forem acontecendo”, explica a prefeita. Assim, Novo Hamburgo tem disponível apenas cinco leitos de UTI para o plano de contingenciamento do Estado. Quem regula a ocupação destes cinco leitos é a Central de Leitos do Estado, que pode utilizá-los com pacientes de qualquer parte do Estado. O restante da rede hospitalar e básica de saúde é dedicada exclusivamente aos moradores de Novo Hamburgo.
PLANO MUNICIPAL
À parte o plano estadual de enfrentamento da Covid-19, a prefeita Fátima Daudt também definiu o plano municipal de contingenciamento, antes mesmo da iniciativa estadual. Tão logo surgiram as primeiras notícias do vírus no País, várias medidas foram tomadas. Novo Hamburgo foi a primeira cidade do Estado a treinar sua equipe de saúde; e bares, restaurantes e hotéis receberam orientações. Desde segunda-feira passada, três decretos foram promulgados, cada vez com medidas mais duras. O último deles declara calamidade pública na cidade e impõe várias restrições à iniciativa privada e ao poder público, tudo para promover ao máximo o isolamento social. “Ficar em casa tem se mostrado a ação mais eficaz contra a disseminação do vírus”, explica a prefeita.
Na noite de sexta-feira, entrou em operação a Central de Triagem ao Coronavírus em área anexa ao Hospital Municipal. Este serviço é exclusivo para os hamburguenses. Desta forma, o primeiro atendimento para suspeitos e feito nas unidades. No Centro de Triagem, o paciente vai receber o encaminhamento conforme sua condição. “Se houver a constatação da infecção pelo novo coronavírus, temos dois caminhos. Se ele tiver possibilidade de isolamento domiciliar vai imediatamente para casa. No caso da necessidade de internação, será atendido neste espaço”, completa Ráfaga Fontoura. Nos próximos dias, novas ações de enfrentamento ao vírus entre os hamburguenses serão tomadas.