Melhora de saúde de Tarcísio Giongo estimula a doação de plasma
Uma nova esperança no combate ao coronavírus, a transfusão de plasma convalescente está em fase experimental no Brasil e o primeiro a receber o tratamento no Estado foi um garibaldense.
Após 45 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Virvi Ramos, em Caxias do Sul, Tarcísio Giongo, de 63 anos, foi transferido para o quarto nesta segunda-feira, dia 15.
O garibaldense estava internado desde 27 de abril, passou por cerca de 20 dias com quadro estável e precisava da ajuda de respirador, apresentado uma melhora significativa após receber a transfusão, no dia 26 de maio.
A saída de Giongo da UTI foi marcada por muita emoção, com direito a aplausos dos profissionais da saúde e a recepção calorosa de sua família e o doador do plasma, o pesquisador Fabio Klamt.
“Estou acompanhando desde o dia da transfusão a evolução e já no terceiro dia houve melhoras dramáticas na capacidade respiratória do paciente, o que já havia me deixado muito animado. Mas quando me disseram que ele acordou e reconheceu o filho, eu chorei de emoção”, conta Klamt. O morador de Porto Alegre é pesquisador da área de Biomedicina, contraiu o coronavírus e acabou sendo o primeiro doador compatível para a transfusão no Rio Grande do Sul.
O princípio da técnica é a imunização passiva, ou seja, transferir os anticorpos produzidos por quem já foi infectado pelo vírus e que estão presentes na paste líquida do sangue, para que gerem imunidade a pacientes doentes.
O plasma é coletado por um processo chamado aférese e é testado quanto ao tipo sanguíneo (ABO), fator Rh, Chagas, sífilis, hepatite e HIV, e então é estocado em bolsas nos hemocentros para futura transfusão.
Klamt afirma que o procedimento de doação é similar à de sangue, mas com a vantagem de “devolver” para o corpo as células sanguíneas e as plaquetas (glóbulos vermelhos e brancos). “É superseguro e o único desconforto é no momento de se colocar o acesso venoso. Eu até já voltei ao Hemocs na última semana para mais uma doação”, conta o pesquisador.
Anderson Giongo, filho do paciente que recebeu a transfusão, também incentiva as pessoas que já passaram pelo Covid-19 a doarem o plasma. “Os estudos ainda são preliminares, mas mostram a importância da doação. Um simples gesto de poucos minutos pode salvar a vida de uma pessoa. Mais que os números que vemos divulgados diariamente, são histórias de pessoas que amamos”, lembra ele. O próprio Anderson está fazendo sua doação de plasma na tarde desta terça-feira, dia 16.
Podem doar o plasma homens de 18 a 60 anos de idade, que tiveram a doença confirmada por meio do teste PCR e estão há mais de 28 dias sem sintomas. O atendimento no Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) deve ser agendado pelos telefones (54) 3290 4543 e (54) 3290 4580 ou pelo WhatsApp (54) 98418 8487.