Crescimento populacional de Panambi revela seu potencial socioeconômico

Panambi está entre o pequeno grupo de 33 municípios do Rio Grande do Sul em que houve aumento da população com menos de 15 anos entre 2000 e 2018, com um crescimento de 4,9% (+420 habitantes). Essa realidade tornou-se um diferencial positivo para Panambi de acordo com o Diagnóstico Municipal elaborado dentro das ações do Programa Cidade Empreendedora. “Não apenas a parcela jovem produtiva é grande e com um longo período perspectivo de participação na força de trabalho, e com isso um significativo potencial de consumo, como também a população de crianças apresentou crescimento entre 2000 e 2018, resultado completamente distinto do que aconteceu na maior parte das cidades”, destaca o Diagnóstico que teve como consultora a economista Patrícia Palermo.

Migração

Pelo levantamento realizado, a parcela da população entre 15 e 64 anos, considerando as pessoas potencialmente ativas, teve expansão de 38,8%, um dos maiores crescimentos entre os municípios, ocupando a 41ª posição, compreendendo 69,6% do total de habitantes em 2018. Um dos motivos apontados é a migração, que pode estar relacionada tanto ao processo de urbanização na região quanto à atração de adultos jovens e famílias recém-constituídas diante da percepção de oportunidades no município. O Diagnóstico alerta, porém, que embora a questão demográfica tenha implicações muito positivas, uma população maior aumenta a complexidade dos centros urbanos e exige mais serviços públicos.

Em relação à educação, os dados sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) permitem analisar o desempenho escolar na rede pública para os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e para o terceiro ano do Ensino Médio.

O Ideb para o Ensino Fundamental mostra que a rede pública em Panambi, para os anos iniciais, embora não tenha avançado de 2015 para 2017 e tenha aumentado muito pouco na última avaliação (2019), passando de 6,3 pontos para 6,4 pontos, o Ideb manteve-se acima da meta do município (6,2 em 2019), assim como todos os anos anteriores.

Embora tenha aumentado, o crescimento foi muito inferior aos outros dois grupos etários (adultos e idosos), de forma que a participação relativa caiu de 26,1% para 20,5%; porém, registra ainda uma das maiores participações de jovens entre as cidades gaúchas (posição 35ª).

Mercado de trabalho

O gestor de projetos da regional Noroeste do Sebrae RS Claudiomiro Reis observa que o Diagnóstico Municipal, ao analisar o perfil do mercado de trabalho, aponta um indicador pouco divulgado: a baixa rotatividade dos trabalhadores. Com base em dados da RAIS 2017 e 2018 (Relação Anual de Informações Sociais) quando se exclui os vínculos estatutários, a rotatividade no município é de 39,1%, menor do que a registrada no Estado como um todo (49,3%). Essa rotatividade é menor em todos os setores da economia local na comparação com os dados gaúchos.

Já os vínculos formais de emprego concentravam-se na Indústria, que respondia por mais da metade dos vínculos totais (52,4%), de acordo com os dados da RAIS de 2018. Os Serviços apareciam na segunda posição com 26,1%. O Comércio representava 20,1% e a Agropecuária, 1,4% dos vínculos formais totais. O emprego industrial era fortemente concentrado na Fabricação de Máquinas e Equipamentos que, sozinha, respondia por 34,9% dos vínculos totais, sendo que 30,0% dos vínculos totais estavam concentrados na Fabricação de Máquinas e Equipamentos para a Agricultura e Pecuária, exceto para irrigação.

Negócios locais

O Diagnóstico Municipal avalia também as compras governamentais, que são instrumentos para promoção de negócios locais, gerando emprego e renda, com grande importância principalmente em municípios pequenos. No caso de Panambi, as compras do poder público municipal, em 2019, totalizaram R$ 51,5 milhões, dos quais 43,0% foram adquiridos no município e 19,5% no município e de micro e pequenas empresas (MPE).

Quanto ao ambiente de negócios, o relatório destaca que o município já dispõe de iniciativas e esforços para tornar a localidade mais propícia ao nascimento e desenvolvimento de novos negócios, bem como de apoio a micro e pequenos empreendedores, com destaque para as compras públicas municipais de fornecedores locais. Essas ações devem ser continuadas e fortalecidas, bem como reestruturadas de tempos em tempos, adequando-se às necessidades locais.

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