Entender o que a população do Rio Grande do Sul conhece e como se comporta com relação a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e ao HIV-aids é o objetivo da Pesquisa de Conhecimentos Atitudes e Práticas (PCAP), que começa a ser aplicada nesta segunda-feira (30/11).
O trabalho de campo começa nos municípios de Pelotas e Capão do Leão. A previsão de término é no final do primeiro semestre de 2021, com divulgação dos resultados no segundo semestre de 2021. Será uma pesquisa de base populacional, com amostra representativa de 56 municípios, onde serão entrevistadas cerca de 8,2 mil pessoas.
Também chamada de Projeto Atitude, a pesquisa foi desenvolvida por meio de uma parceria entre o Hospital Moinhos de Vento, Ministério da Saúde e Secretaria da Saúde (SES), com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Além de responder a questionamentos, os participantes serão testados para HIV, sífilis e hepatites B e C.
O principal objetivo do estudo é identificar fatores comportamentais e relativos aos conhecimentos que contribuem para a manutenção de altos índices de infecção pelo HIV e outras ISTs no Rio Grande de Sul. É a primeira vez que um estudo desse tipo ocorre no Estado, sendo que com testagem juntamente das entrevistas é a primeira vez no país.
A médica Maria Letícia Ikeda, coordenadora adjunta da Política Estadual de IST/aids diz que “os resultados da pesquisa servirão de subsídio para as nossas ações de prevenção”.
Para o superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luis Eduardo Ramos Mariath, além de ampliar a testagem da população gaúcha com relação às ISTs, o foco da pesquisa é compartilhar com a Secretaria Estadual da Saúde e o Ministério da Saúde subsídios que poderão embasar as políticas públicas de combate às ISTs/HIV-aids no Rio Grande do Sul.
A epidemiologista Eliana Wendland, coordenadora do projeto, reforça que além de direcionar as ações de controle da epidemia de HIV/aids, sífilis e hepatites virais no Rio Grande do Sul, o projeto fortalece a vigilância epidemiológica dessas doenças. “A estratégia de ir até a casa das pessoas vai facilitar o acesso aos testes sorológicos. É importante a resposta à entrevista, pois permitirá identificar grupos de maior risco, servindo de subsídio para o desenvolvimento de estratégias de prevenção direcionadas a estas populações”, conclui.
Conforme os dados de 2019, o RS se mantém em terceiro lugar no ranking nacional de casos de aids, com 28,3 casos para 100 mil habitantes, tendo reduzido 34,6% nos últimos 10 anos.
Em 2009 foram 43,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. No que diz respeito à mortalidade a taxa estadual também foi reduzida em 35% nos últimos 10 anos, passando de 11,7 por 100 mil em 2008 para 7,6 por 100 mil em 2019. Essa taxa segue superior à média nacional, mas pela primeira vez saiu da primeira colocação no ranking.