Dia Mundial da Agricultura: Brasil foi de retardatário a celeiro do mundo
Diretor do Senar-RS valoriza ações de inovação e profissionalização para transformação do agro
No dia 20 de março celebra-se o Dia Mundial da Agricultura, e o Brasil tem protagonismo nessa data. A agricultura brasileira alimenta 800 milhões de pessoas em todo o mundo. Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos 2019/20 somou mais de 256 mil toneladas, e mais de 272 milhões são esperadas para a safra 2020/21. Mesmo em meio a crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, o Brasil se fortalece como o celeiro do mundo.
“A nossa agricultura tem se demonstrado resiliente e um motor de crescimento mesmo em crise. O agro é uma força econômica e, mais do que isso, mostrou-se socialmente importante em 2020. Não só não paramos e garantimos alimentos para os brasileiros, como saímos em socorro dos demais países que tiveram desabastecimento”, valoriza o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz.
O Brasil tardou a aderir a chamada Revolução Verde, um conjunto de avanços tecnológicos que visava promover ganhos de produtividade e eficiência no campo, iniciado no começo do século 20. Mas mesmo com um atraso de 50 anos em relação aos EUA e às nações europeias, nos anos 90, o país já figurava entre os players mais competitivos do mundo. E para isso contou com a força do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), criado há 30 anos e com 28 anos de serviços prestados no Rio Grande do Sul.
“Até a década de 70, o Brasil era uma nação que importava alimentos. Há apenas 50 anos toda uma transformação ocorreu e em metade desse desenvolvimento o Senar esteve presente. E sentimos a importância dele na utilização de ferramentas novas que buscam duas coisas. A primeira é a segurança alimentar. A segunda é que essa produção de alimentos seja rentável para quem produz, porque o negócio rural precisa gerar lucro”, diz o diretor técnico do Senar-RS, Cláudio Rocha.
A maneira com que o Senar vem garantindo essas duas metas é por meio do desenvolvimento de ações de profissionalização e orientação técnica do trabalhador e do produtor rural com uma ampla gama de cursos, nas mais variadas cadeias produtivas, além de difundir conhecimentos ao seu público-alvo em cerca de 8 mil eventos anuais, em média.
Alternativas
A pandemia de Covid-19 forçou uma retração nas atividades presenciais do Senar-RS em 2020. Ainda assim, Cláudio Rocha destaca a manutenção dos cursos EAD em parceria com o Senar Brasil; e dos cursos semipresenciais, ministrados parte pela internet, parte com visita individual do instrutor. Além disso, foram implantados 91 grupos de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), com atendimento individualizado para quase 3 mil produtores rurais. A meta para o futuro é que sejam 400 grupos com 12 mil beneficiados.
De perto ou de longe, segundo o diretor, toda a prática do Senar segue a mesma: a formação de um agricultor responsável.
“Nós buscamos isso, uma produção economicamente viável, onde se utilize o máximo dos recursos com respeito às questões ambientais, assim como os recursos humanos. Porque mesmo a gente estando em uma era de informatização, nada vai se fazer sem os homens”, finaliza Cláudio Rocha.