Os custos de produção para a lavoura de arroz previstos para a safra 2021/2022 têm sido motivo de preocupação para os arrozeiros gaúchos. Segundo o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), o valor por saca fechou em R$ 72,73, enquanto por hectare, considerando uma produtividade média de 7,95 mil quilos por hectare, ficou em R$ 11,56 mil. Para isso, o produtor precisou colher 159,05 sacos de 50 quilos por hectare.
Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, as altas nos insumos devem fazer com que este custo se eleve na próxima safra, chegando ao ponto de o produtor ter que colher pelo menos 170 sacos por hectare para cobrir as despesas. “O ponto de equilíbrio que falávamos de 160 sacos por hectare, em média para cobrir os custos, certamente irá subir no ano safra 2021/2022 e chegará a 170 sacos, o que nos preocupa e nos traz uma obrigação desta racionalização das áreas e obrigatoriedade de se buscar alternativa na rotação de culturas como, além da soja, a pecuária e o milho”, observa.
Para o dirigente, esta crescente evolução dos custos de produção obriga a intensificar e racionalizar cada vez mais as áreas de produção. “O produtor, na medida do possível, tem que diminuir as áreas de arroz e aumentar a rotação de culturas para buscar uma maior produtividade e consequentemente uma maior viabilidade na lavoura de arroz.
Outra preocupação, conforme o presidente da Federarroz, é com o déficit hídrico para a próxima safra. “Possivelmente não teremos água suficiente para plantar a mesma área que no período anterior. A Federarroz orienta a racionalizar as áreas e diminuir as lavouras de arroz para ajustar a oferta e, consequentemente, ter ao menos preços que cubram os custos de produção”, enfatiza.