Profissionais da Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) firmaram parceria para dar início ao processo de sequenciamento genético da SARS-CoV-2, o vírus responsável pela pandemia da Covid-19. O objetivo é contribuir para a vigilância genômica em Santa Maria, fazendo parte da Rede Estadual e tendo a autorização do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) do Rio Grande do Sul.
A vigilância genômica tem por finalidade monitorar os vírus que estão em circulação e identificar as variantes por meio do sequenciamento genético de amostras, fato fundamental para o mapeamento das novas variantes do coronavírus e do levantamento de informações que subsidiem a tomada de decisões e auxiliam no direcionamento dos esforços com medidas de contenção e mitigação de riscos. Conforme os profissionais, quando essas variantes têm um potencial impacto ou risco à saúde pública, elas são consideradas variantes de preocupação (VOC, do inglês Variant Of Concern) e podem estar associadas ao aumento da transmissibilidade ou a alteração prejudicial na epidemiologia da Covid-19. Além disso, as consequências podem ser o aumento da virulência ou a mudança na apresentação clínica da doença e a diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública ou do diagnóstico, vacinas, terapias disponíveis.
Para a realização desse estudo complexo, há necessidade de tecnologia e equipe especializadas. Essa ação tem caráter permanente e será operacionalizada em Santa Maria graças à parceria entre a UFSM e a Secretaria Municipal de Saúde, uma vez que as análises serão feitas no Laboratório de Bioinformática aplicada à Microbiologia Clínica, no Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas do Centro de Ciências da Saúde, sob responsabilidade da professora Priscila de Arruda Trindade.
Nesse sentido, constituiu-se um grupo de trabalho para discutir os critérios de seleção de amostras clínicas para o sequenciamento viral e os fluxos de solicitação e encaminhamento dessas amostras. Os profissionais envolvidos nesse processo são a secretária adjunta de Saúde, Ana Paula Seerig, e o coordenador do Centro de Referência Municipal da Covid-19, o epidemiologista Marcos Antônio Lobato. Também fazem parte do trabalho o infectologista Alexandre Vargas Schwarzbold, e a docente da UFSM, Priscila de Arruda Trindade, além da responsável pela CCIH do Hospital Universitário de Santa Maria, a médica infectologista Liliane Pacheco, e o médico infectologista responsável pelo Hospital Casa de Saúde, Guilherme Weber.
Os critérios definidos foram: pacientes vacinados que precisarem de internação; pacientes com evolução atípica (início em menos de cinco dias de sintomas para Síndrome Respiratória Aguda Grave ou óbito); pacientes oriundos de regiões fronteiriças ou do exterior; suspeitos de reinfecção e profissionais de saúde vacinados.
Os docentes da UFSM já dispõem de insumos para a realização de sequenciamento de 500 amostras e equipe para execução dos experimentos, oportunizadas por verbas de projetos de vacina coordenados pelo médico Alexandre Vargas Schwarzbold, chefe da Unidade de Pesquisa Clínica do HUSM-EBSERH.
Fazem parte deste processo os laboratórios que processam as amostras de RT-PCR, especialmente o Laboratório de Diagnóstico Molecular da UFN, Laboratório do Centro de Ciências da Saúde da UFSM, e o Laboratório credenciado pelo LACEN-RS (Projeto Testar RS), que atendem aos serviços públicos, além dos laboratórios privados.