Chloé desfila sua coleção verão 2022, assinada pela uruguaia Gabriela Hearst
A Chloé desfilou nesta quinta-feira (30), ás margens do rio Sena, em Paris sua mais nova coleção, assinada pela uruguaia Gabriela Hearst, a primeira latino-americana a comandar sua criação.
O verão 2022 reforça a guinada em curso na Chloé, reafirmando valores que guiam sua criação desde a entrada de Gabriela: o desejo de uma moda mais sustentável, a valorização dos pequenos artesãos e o reaproveitamento de materiais de coleções passadas.
Tudo isso se materializa na passarela de um jeito muito leve e elegante, com macramês, franjas, vestidos e cáftans em linho, além de belas bolsas com tramas e acabamentos feitos à mão. Tudo na passarela da marca busca ser eco-friendly e ter impacto ambiental reduzido.
Mais de 50% da lã utilizada é de “baixo impacto” e vem de uma fazenda que respeita o bem-estar animal, mantém a saúde do solo e protege a biodiversidade, enquanto o uso de materiais de menor impacto ambiental ganha mais peso (são 58% nesta coleção, versus 40% na temporada de outono-inverno 2021).
Vestidos são adornados com talismãs de metal provenientes de joias de estoque morto. As listras são pintadas à mão em cashmere e voile em vários tons de corante azul à base de vegetais. Tecidos multicolores reciclados que sobraram de coleções anteriores são desfiados, bordados e entrelaçados em macramês.
Couro tingido de vegetal cortado à mão é trabalhado em patchwork numa composição tirada diretamente de um dos desenhos de Gabriela. Outro de seus desenhos ganha vida como uma série de formas de camurça flutuando em uma teia de crochê à mão.
Os acessórios foram um dos grandes destaques. Conchas são tecidas à mão em colares feitos com tecidos de sobras de estoque e intercaladas com pedras preciosas. As gemas encontradas em todo a coleção são todas de origem natural.
As bolsas da coleção de primavera-verão da marca são feitas cerca de 70% de couro e proveniente de curtumes certificados pelo Leather Working Group(LWG). O grupo se esforça para promover a melhoria na indústria de fabricação de couro, trazendo visibilidade a melhores práticas e fornecendo diretrizes para a melhoria contínua.
Outra novidade das bolsas é que elas tiveram os forros em algodão refeitos em linho, pois o seu cultivo emite menos gases de efeito estufa e requer muito menos água, tornando-se um impacto menor material por natureza. A icônica bolsa Edith é revisitada e surge com fita de couro costurada à mão em torno das extremidades.
Esta temporada consagra uma parceria de longo prazo com a Mifuko, membro da WFTO (Organização Mundial do Comércio Justo), uma associação 401 organizações de todo o mundo comprometidas em melhorar a subsistência de produtores economicamente marginalizados.