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Vendas de cimento em outubro tem pior resultado mensal de 2021

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), o volume de vendas de cimento em outubro totalizou 5,4 milhões de toneladas, uma queda de 9,5% em relação ao mesmo mês de 2020.

No entanto, no acumulado do ano (janeiro a outubro), os números permanecem positivos, alcançando 54,6 milhões de toneladas, aumento de 7,5% comparado ao mesmo período do ano passado.

A performance da indústria vem demonstrando uma trajetória descendente desde abril, quando o acumulado do ano atingiu o pico com 20,8%. Ao se analisar a venda de cimento por dia útil, 237,3 mil toneladas em outubro, a queda é de 4,2% comparada com ao mês anterior – demonstrando, mais uma vez, que o período de maior crescimento no ano ficou para trás.

Por um lado, o desempenho do mercado imobiliário, a melhora nos índices de confiança do consumidor e do empresariado e, ainda que pequena e lenta, a recuperação do mercado de trabalho sustentaram as vendas do setor.

Em contrapartida, a queda da atividade industrial, as altas da inflação e dos juros somadas a perda da massa salarial (elevado desemprego e a diminuição na renda) e fraco desempenho das lojas de materiais de construção afetaram de modo significativo a indústria do cimento.

PERSPECTIVAS

A economia segue em desaceleração. O setor industrial altamente impactado por condições adversas relacionadas aos custos de insumos, logística, entre outros, deve sofrer ainda mais com resultados financeiros apertados. Ademais, ainda continuam altos os índices de desemprego, o endividamento das famílias, o risco inflacionário e o déficit fiscal, comprometendo um melhor desempenho da nossa economia.

Em contrapartida, registra-se uma melhora nos índices de confiança do mercado. Pelos consumidores, a melhora está relacionada a uma recuperação das expectativas sobre o mercado de trabalho. Porém, ainda estão cautelosos em relação a intenção de compras de bens duráveis e seguem na expectativa do início do Auxílio Brasil – novo programa social que substitui o Bolsa Família.

Já a confiança dos empresários apresentou uma modesta alta, retratando uma acomodação após a queda do mês anterior com recuo na indústria e nos serviços e estabilidade no comércio e na construção.

As obras em andamento e as vendas em expansão, a ampliação do teto do valor dos imóveis no programa Casa Verde Amarela e a continuidade dos leilões de concessões de infraestrutura continuam sendo importantes vetores de consumo do cimento.

A continuidade dos investimentos em infraestrutura é estratégica para o setor, constituindo maior segurança a atividade, na medida em que reduz a atual dependência da autoconstrução e das obras imobiliárias, responsáveis pela maior demanda da commodity.

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