O prefeito Sebastião Melo compareceu neste sábado, 13, à cerimônia de reabertura do Mirante Olhos Atentos, no 360 POA Gastrobar. A Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria Municipal de Cultura com a GAM3 Parks e a Fundação Iberê, reabriu o monumento turístico depois do coquetel do restaurante panorâmico da Orla do Guaíba.
Na ocasião, a GAM3 Parks também apresentou a marca Parque da Orla. Entre as autoridades e convidados presentes, o titular da SMC Gunter Axt, o diretor-superintendente da Fundação Iberê, Emílio Kalil, o artista José Resende, que idealizou a intervenção, além do presidente do Conselho Renner, José Galló, Carla De Boni, diretora administrativa financeira da GAM3, e Matias Elter, CEO da TMSA, que patrocinou o restauro.
O prefeito agradeceu o empenho e o trabalho de todos e afirmou que as continuidades nos governos são muito importantes: “Essa não é uma obra de nenhum governo e sim da nossa cidade. E a cultura só eleva o seu significado.“
Entre as prioridades do também historiador e representante da pasta da Cultura está a revitalização dos monumentos. Para Gunter Axt, Olhos Atentos está entre as peças de arte contemporâneas em área pública mais célebres da cidade: “Essa obra já nasceu como uma provocação simbólica, um mirante que se projetava quase como um trampolim dentro do lago. O monumento foi restaurado numa orla renovada que tem reanimado o espírito de renascimento e encantamento e de confiança dos porto-alegrenses no futuro da cidade. Nos mostra também que ninguém faz nada sozinho”.
O artista agradeceu muito o apoio do poder público e da iniciativa privada e afirmou que desde a sua concepção a obra já envolve parcerias, começando pelo apoio da Renner: “Restaurar esse trabalho que já tem 16 anos em um cenário totalmente transformado e remodelado faz com que estejamos aqui festejando”, ressalta José Resende.
Autoridades, artistas e convidados foram até o monumento para cortar a fita e registrar a entrega do restauro. Também estiveram presentes os secretários Germano Bremm, de Urbanismo, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Rogério Beidacki, dos 250 anos de Porto Alegre, Pedro Meneguzzi, diretor de parcerias comunitárias, Antônio Carlos de Oliveira Pereira “Kiko”, do Esporte, Lazer e Juventude e Paulo Marques dos Reis, diretor do DMLU.
Às 14h foi aberta a exposição do artista Na Membrana do Mundo, com curadoria de Paulo Duarte, o que atraiu a vinda de importantes representantes da comunidade das artes plásticas de São Paulo.
A obra – Inaugurado em 2006, Olhos Atentos está em um dos espaços mais visitados da Capital. Em 2005, Resende foi um dos artistas convidados pela 5ª Bienal do Mercosul para produzir obras permanentes para Porto Alegre. Fechado desde 2019 para evitar acidentes, devido ao controle de acesso (limite de 20 pessoas) que não era respeitado, o mirante acaba de ser revitalizado pela GAM3 Parks, concessionária que administra o Trecho 1 da Orla e o Parque Harmonia. O processo foi articulado e autorizado pela prefeitura, por meio da SMC.
O restauro foi acompanhado de perto pelo artista durante a última semana e o valor estimado da reforma foi de R$ 40 mil, com apoio do Grupo TMSA – um dos principais fornecedores de equipamentos para terminais e movimentação de granéis sólidos.
Para garantir a segurança do público visitante e do monumento, foi instalado guarda corpos metálico para limitar o número máximo de pessoas que podem ficar no espaço e câmeras, como explicou Alan Furlan, diretor operacional da GAM3 Parks: “Ao atingir 20 pessoas, um terá que sair para a entrada da próxima. Nossa equipe está instalando câmeras no local para evitar novas depreciações, além de um totem informativo com limite de pessoas, história da obra e do artista”.
O artista – Formado em Arquitetura pela Universidade Mackenzie (SP), em 1963 começou a cursar gravura na FAAP e a estudar com Wesley Duke Lee. Enquanto estagiava no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em 1966, fundou com os artistas Nelson Leirner, Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Carlos Fajardo e Frederico Nasser a Rex Gallery and Sons. Em 1970, fundou com Fajardo, Nasser e Luís Baravelli o centro de experimentação artística Escola Brasil, onde lecionou por quatro anos.
Ao longo de sua carreira, José Resende desenvolveu uma atuação dentro do debate da arte e da cultura no Brasil, sobretudo entre 1960 e 1980. A partir da década de 1990, desenvolveu inúmeros projetos, permanentes e temporários, especialmente para espaços urbanos. Participou de diversas bienais de arte internacionais e seus trabalhos figuram em importantes coleções públicas como MoMA (Museum of Modern Art), Museu de Arte Moderna de São Paulo e Pinacoteca do Estado de São Paulo.