Na manhã desta terça-feira (14), ocorreu a entrega de 35 troféus produzidos por apenados do Complexo Penitenciário de Canoas para o prêmio Sema-Fepam de Jornalismo Ambiental. O secretário de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Mauro Hauschild, e um dos apenados que confeccionou as obras realizaram a entrega simbólica para o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, e a diretora da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Marjorie Kauffmann.
O secretário Hauschild enfatizou que esse trabalho demonstra a integração fundamental entre os órgãos do Governo e simboliza a união da parte ambiental com o lado social. “Esses troféus comprovam o potencial da mão de obra prisional. O que a sociedade demandar podemos produzir dentro do sistema. Temos capacidade produtiva, estrutura de aprendizado, potencial de gerar negócios, inclusive na área de meio ambiente. E o retorno em termos de inclusão social é muito significativo, pois uma oportunidade de trabalho pode mudar a vida de uma pessoa”, afirmou.
A diretora da Fepam, Marjorie Kauffmann, reiterou o quanto o Estado está integrado e pode otimizar as estruturas. “Por meio dessa mão de obra qualificada, chegamos a esse troféu que é uma peça única que cada vencedor vai receber. Isso trouxe um brilho a mais para o nosso prêmio, com certeza”, disse.
Oportunidade e inclusão social
Os troféus foram feitos à mão por dois apenados, com madeira de reaproveitamento. O quero-quero talhado na peça retrata a ave símbolo do Estado, que é a logomarca do Prêmio, junto de um símbolo criado da junção do mapa do RS e de um balão de fala, com o intuito de representar a comunicação e a educação ambiental. Para confeccionar os itens, os apenados reutilizaram materiais e produziram artesanalmente um pirógrafo, aparelho com ponta de metal para gravação na madeira. Um dos apenados enfatizou a importância dessa oportunidade. “Consegui aproveitar meu dom e fazer com que esse tempo que estou passando aqui não seja perdido. Estou fazendo algo útil, que é bem visto e que pode ajudar na minha regeneração. Estamos presos, mas através desse trabalho a sociedade vê que estamos produzindo algo bom”, disse.
O coordenador do trabalho prisional do Complexo, Heitor Paveglio, ressaltou que essa iniciativa oportunizou que os apenados pudessem desenvolver e demonstrar habilidades que muitas vezes eles próprios não valorizam. “Esses troféus são uma obra de arte. Quando eles fazem algo e veem que o resultado foi aprovado, passam a valorizar a capacidade profissional deles para desenvolver habilidades artísticas, sempre visando que possam usar esse dom para subsistência ao saírem em liberdade. Nós buscamos sempre isto: incentivar e valorizar o apenado, para sair daqui sabendo que pode ter uma segunda chance lá fora”, afirmou.
Também esteve presente na entrega o diretor adjunto do Complexo, Alexsandro Mello da Silva, representando o diretor Loivo Calistrato.
Os troféus serão entregues aos finalistas do prêmio e às instituições apoiadoras durante evento na próxima quinta-feira (16), às 16h, no Palácio Pìratini.