O envelhecimento é inevitável, mas afinal quando o espelho nos faz esse aviso e começamos a nos queixar com nossos amigos? Quando, enfim, notamos linhas de expressão mais evidentes, cabelos mais fracos, potencial de cicatrização mais lento? E conseguimos atrasar esse processo? Essas foram questões que embasaram uma recente pesquisa em solo americano, realizado por um professor de dermatologia da Harvard Medical School Dr. Alexa Kimball, em parceria com a marca de skincare Olay e a empresa de genética pessoal 23andMe. “O grande objetivo e trunfo da pesquisa foi descobrir o que acontece abaixo da superfície da pele na esperança de desvendar o segredo de ouro de forma a afetar e talvez até mesmo reverter esses primeiros sinais de envelhecimento, bem como o que acontece fisiologicamente”, comenta a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy of Dermatology (AAD) e CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.
Segundo a dermatologista, uma das questões interessantes encontradas pela pesquisa diz respeito à mudança da questão dos sinais de envelhecimento em relação à idade. “Muitos acreditavam que até os 35 anos estávamos fisiologicamente ótimos e a pesquisa demonstra que a cada época, devido à poluição, ao aumento do nível da radiação solar e outros efeitos, os processos celulares mudam e os efeitos cumulativos do envelhecimento aparecem mais precocemente e todos juntos, principalmente naquelas pessoas que não têm um cuidado preventivo adequado”, esclarece a Dra. Claudia Marçal. “Então a pesquisa apontou essa deficiência em produzir antiglicantes,antioxidantes, a dificuldade de produzir energia mitocondrial que seja utilizada pelas células de todo o corpo para replicação, regeneração e auto reparo, e também a perda imunológica e de defesa, assim como a capacidade de fazer barreira cutânea íntegra, defendendo a pele das hiperreatividades, alergias, eczemas e envelhecimento pelos agressores ambientais”, acrescenta.
As 5 idades do processo de envelhecimento
A pesquisa analisou os genes de mais de 200 mulheres de diferentes etnias ao longo de dois anos. “O estudo identificou cinco processos diferentes de células que entram em declínio em cinco diferentes idades”, conta. Ela explica:
*Aos 20 anos: “É nessa idade que, fisiologicamente, temos o primeiro processo de envelhecimento, com o declínio da produção natural de antioxidantes. Um achado muito importante da pesquisa nesse sentido foi justamente no campo dermatológico na orientação do uso de produtos com Vitamina C estabilizada, Vitamina E, extrato de chá verde, além da hidratação e proteção solar, que eram as recomendações padrão para essa idade.”
*Aos 30 anos:
“O metabolismo do corpo começa a abrandar e isso afeta a bioenergia das células da pele, que alimenta a criação de colágeno e ativa processos de reparação. Com a bioenergia em queda, temos uma pele mais cansada. Nesse ponto, é necessário acelerar o metabolismo da célula de forma tópica, com uso principalmente da Niacinamida, ou Vitamina B3, e ingestão de nutracêuticos reparadores e de sustentação do colágeno, no caso do silício orgânico Exsynutriment e biomassa Bio-Arct, que é um bioenergizante mitocondrial, que estimula a síntese de ATP na mitocôndria, protege a pele durante condições extremas, estimula as defesas naturais da pele, e protege o DNA pela ação da taurina”, recomenda.
*Aos 40 anos:
“A senescência celular entra em ação em um processo em que o ciclo de vida natural das células da pele é menor, e isso pode afetar sua aparência de muitas maneiras”, destaca a dermatologista. Ingredientes recomendados: retinol, ácido glicólico, ácido hialurônico, Fatores de Crescimento e peptídeos se tornam importantes, porque eles ajudar a impulsionar os processos celulares de forma a frear os sinais de envelhecimento que estão começando a ficar muito mais evidentes.
“A função de barreira da pele enfraquece, o que torna a pele seca e incapaz de reter a hidratação suficiente por si só. Vitamina D, nanoconjugados de silício orgânico e tetrapeptídeos que melhorem o apoio estrutural da pele são recomendáveis, assim como ingredientes provenientes da semente do linho como Sculptessence, sempre em veículos como elixires e séruns, manipulados ou industrializados, mas com alta concentração de ativos”, destaca a dermatologista.
O momento em que você se percebe mais velho
De acordo com a dermatologista, apesar do passarmos pelo primeiro processo de envelhecimento aos 20 anos, é somente por volta dos 30 que as mudanças internas se tornam visíveis (em especial nas mulheres de fototipos mais claros). “As linhas finas na testa e ao redor dos olhos aparecem, juntamente com manchas amarronzadas, e a pele se torna menos elástica, além dos cabelos mais quebradiços por conta de um acúmulo de danos causados pelo sol”, diz. “Mulheres com fototipos mais altos, percebem esses sinais por volta dos 40 anos. A pesquisa revelou que a pele mais escura proporciona mais proteção UV, mais antioxidantes e tem níveis mais elevados de bioenergia da pele.”
As excepcionais
Segundo a pesquisa, um grupo de mulheres desafiou os sinais do tempo, quando comparadas às outras. “Essas mulheres aparentaram 10 anos a menos que sua verdadeira idade. Os pesquisadores descobriram que elas mostraram a expressão do gene similar. Algumas delas não passaram pela mudança fisiológica com o declínio natural dos antioxidantes aos 20 anos, mas só aos 50 anos. E nesse caso, a pesquisa sugere que 80% do envelhecimento é relacionado ao estilo de vida e o resto tem a ver com a genética.” E nesse caso, a dermatologista destaca hábitos saudáveis: dormir de sete a oito horas por noite, seguir dieta magra rica em proteína, muita água para se manter hidratado de dentro para fora e, como muitas vezes percebemos dificuldades do organismo de algumas pessoas em absorver todos os nutrientes que consomem, suplementos com silício, peptídeos, aminoácidos, e biotina são fundamentais.”
Fonte: Dra. Claudia Marçal
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.