Sonhos da casa própria: ainda vale a pena comprar um imóvel?

3 a cada 5 brasileiros são donos da própria casa, segundo dados do IBGE

A tão sonhada casa própria é um dos principais desejos dos brasileiros. No entanto, comprar ou financiar um imóvel é uma realidade cada vez mais distante da população: com o aumento da taxa Selic, a projeção é que os juros do crédito imobiliário se mantenham nos dois dígitos em 2022, conforme o Relatório de Mercado Focus.

Programas de financiamento e políticas públicas possibilitaram que muitas famílias saíssem do aluguel e adquirissem um imóvel na última década e, atualmente, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que três a cada cinco brasileiros já possuem casa própria: 66,4% dos domicílios são habitados pelos proprietários, acima de países como Alemanha (51%) e Estados Unidos (65,3%), mas abaixo da China, onde cerca de 90% da população é dona da própria casa, segundo um estudo sobre moradias na China realizado pela Universidade de Albany, nos Estados Unidos.

Para o fundador e CEO da plataforma de orientação financeira n2 app, André Barretto, adquirir um imóvel é uma decisão que deve ser pensada com cautela. “É importante analisar bem o mercado, as taxas de juros e as possibilidades de financiamento. Há momentos em que a compra é um bom negócio, e outros em que é mais vantajoso aguardar e seguir economizando para aproveitar uma oportunidade melhor”, avalia.

Confira alguns fatores para analisar antes da compra de um imóvel:

Na planta, novo ou usado?

O mercado imobiliário de usados é maior que o de novos, e é possível encontrar diversas oportunidades. A decisão por uma residência nova, usada ou ainda na planta depende dos desejos de cada comprador: se existe a vontade de reformar, ampliar ou mudar cômodos, buscar por imóveis novos pode ser mais interessante.

“Financeiramente, é importante lembrar que os imóveis novos exigem alguns detalhes: só é possível financiar caso o comprador tenha em mãos o Habite-se, documento que comprova que a construção foi feita de acordo com as normas do governo municipal. Além disso, a taxa de juros é um fator relevante, pois é calculada de acordo com a taxa Selic no momento da entrega. Isso significa que comprar na planta pode gerar mais juros no futuro”, explica André.

Morar no centro de cidades grandes: compensa?

Com o trabalho remoto, modalidade que se expandiu amplamente durante a pandemia, muitas pessoas deixaram de viver nas grandes cidades e capitais para buscar mais qualidade de vida no litoral ou no interior. “Hoje, morar no centro das grandes cidades pode ser vantajoso para quem trabalha presencialmente, por exemplo, mas nem sempre é o melhor negócio”, diz André.

No centro das cidades, as casas e apartamentos costumam ser menores e mais antigas. Imóveis mais espaçosos e mais baratos podem ser encontrados em outros bairros ou cidades vizinhas. “Isso reduz as despesas com habitação, mas pode aumentar os gastos com transporte. É importante colocar tudo na ponta do lápis”, sugere o CEO.

Será que não é melhor alugar?

Para André, essa é uma decisão bastante individual e que depende da realidade de cada um: “Antes de tudo, é importante pesar o quão essencial é ter uma casa própria para você ou para sua família. Esse é um fator decisivo. Ademais, a compra ou financiamento é vantajosa quando você sabe que vai passar bastante tempo morando naquele imóvel, quando as parcelas são razoáveis e não diferem muito do valor de um aluguel e quando há uma melhoria na qualidade de vida”, avalia.

Além disso, vale a pena considerar quanto investimento será feito no imóvel: “Com a pandemia, muita gente passou a investir o dinheiro que usava para atividades fora de casa em modificações domésticas. Isso faz total sentido, considerando que entendemos melhor a importância de ter uma casa confortável e agradável, mas também precisamos olhar se os investimentos vão poder acompanhar quem os fez”, explica Barretto. Comprar móveis e pintar paredes são investimentos que valem a pena em imóveis alugados, já que podem sair da casa com o inquilino ou não custam muito para ele. Porém, se o desejo é de grandes reformas ou instalações caras, como um sistema de ar condicionado ou móveis planejados, vale a pena negociar um financiamento com o gerente e adquirir o imóvel.

Planejamento financeiro

Independentemente da opção pela compra ou pelo aluguel, é essencial que se tenha um planejamento financeiro realista e eficiente para que as parcelas sejam pagas em dia e para evitar o endividamento. De acordo com André, grandes decisões financeiras, como o investimento em um imóvel, devem ser estudadas e planejadas a partir das necessidades do indivíduo e de sua família, bem como com base nas condições financeiras atuais.

“Adquirir um imóvel significa um comprometimento a longo prazo, e muitas vezes exige também uma porcentagem do valor como entrada. Por isso, deve-se conhecer o mercado, aproveitar momentos em que as taxas de juros estejam mais baixas e pesquisar opções de financiamento que tornem a compra mais acessível”, finaliza o CEO.

Sobre a n2

O app n2 é uma plataforma de orientação financeira que conecta profissionais de qualidade para oferecer orientações sobre saúde financeira, investimentos, empréstimos, aposentadoria, seguros e outros temas do universo financeiro com quem quer aprender mais sobre como gerenciar seu dinheiro. O objetivo da n2 é a orientação financeira simples, básica e bem feita. O aplicativo da n2 é a primeira plataforma que permite começar e organizar um planejamento financeiro ou aprender a investir, facilitando o acesso à informação e à orientação de consultores certificados, bem como vídeos e materiais educacionais que simplificam o mercado financeiro. Mais informações em n2app.com.br.

Via
EDB Comunicação
Fonte
Catarina Lopes
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