Antes de realizar o procedimento e até mesmo depois, muitas dúvidas podem surgir sobre o transplante capilar. A crendice popular que ronda a cirurgia e seus desdobramentos podem ser mal interpretados por pacientes que procuram as clínicas com a finalidade de corrigir esse incômodo que atinge em cheio a vaidade especialmente dos homens, mas também é registrado, com menor frequência, em mulheres.
A observação é do médico Fábio Zamprogno, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Brasileira de Cirurgia e Restauração Capilar. Para esclarecer as dúvidas sobre o transplante capilar, o cirurgião reuniu dez questionamentos frequentes e respondeu a cada um deles. Confira:
Transplante e implante capilar são procedimentos diferentes
Verdade. Apesar de muitas pessoas utilizarem ambos os termos para falar sobre o mesmo assunto, tratam-se de procedimentos diferentes. O transplante capilar é uma técnica consagrada que retira fios naturais e saudáveis de uma região da cabeça para colocação na parte calva. Já o implante faz uso de fios sintéticos e é um procedimento pouco utilizado por ainda apresentar consequências à saúde capilar dos pacientes.
O transplante capilar deixa os fios com aparência artificial
Mito. Os fios utilizados durante o transplante capilar são retirados da parte posterior da cabeça do paciente, sendo assim o resultado é uma aparência não artificial. Também utilizamos técnicas para deixar o aspecto final mais natural.
Pessoas com uma área calva muito grande não podem fazer o transplante capilar
Mito. Só não é possível realizar o procedimento quando o paciente não tem área doadora suficiente. Isso será avaliado pelo cirurgião na primeira consulta.
Ao realizar o procedimento é possível implantar fios longos
Verdade. Porém, a cirurgia é muito mais trabalhosa e demorada, pois o fio longo dificulta o procedimento e, consequentemente, menos fios serão implantados. Além disso, os fios longos sofrerão os mesmos efeitos daqueles colocados com a técnica do fio curto. Dessa forma, o custo-benefício não compensa.
Os cabelos da parte inferior da cabeça não caem
Verdade. O gene da calvície se manifesta na presença da testosterona, hormônio masculino. No homem calvo, todos os cabelos têm o gene da calvície, porém os da região inferior da cabeça não têm o receptor do hormônio masculino. Portanto, não caem. Os cabelos dessas áreas são utilizados para serem transplantados na área calva, pois geralmente são mais grossos e fortes e, ao serem transplantados, permanecem com suas características.
Os cabelos que foram transplantados na área calva podem cair
Verdade. Os fios implantados cairão após o primeiro mês e só começarão a crescer em torno do terceiro mês. Nesse intervalo, o paciente fica careca.
A calvície só atinge os homens
Mito. A calvície, embora mais comum entre o público masculino, também atinge as mulheres. A calvície na mulher é mais complexa do que no homem. Às vezes, levam-se anos até a paciente descobrir que realmente tem o problema. Na maioria das vezes, os casos são reversíveis, bastando uma adequação nutricional, uma mudança na rotina ou o uso de medicamentos específicos. No entanto, em alguns casos, o tratamento convencional não surte efeito, e o transplante capilar é a única alternativa para a paciente.
O transplante capilar feminino é diferente do masculino
Verdade. Ao contrário de como é realizado nos homens, onde os fios são transplantados para uma área específica da cabeça, nas mulheres eles são implantados em vários pontos do couro cabeludo para dar volume e consistência.
Não é possível realizar mais transplantes depois do primeiro
Mito. É possível desde que continue tendo densidade suficiente de fios na área doadora após o primeiro procedimento. No caso da retirada da faixa (FUT), por exemplo, é preciso aguardar de 10 a 12 meses para que o couro cabeludo readquira a elasticidade necessária para a retirada de outra faixa. Porém, o ideal é esperar entre um e dois anos após a primeira cirurgia para avaliar completamente os resultados e decidir se um novo transplante deverá ser realizado.
Depois de fazer o procedimento não é recomendável pintar o cabelo e nem fazer alisamento químico ou com pranchas
Mito. Pode, mas não imediatamente. É preciso esperar que a cicatrização aconteça e os folículos sejam fixados em seus novos lugares. O ideal é que o paciente só use química nos cabelos depois que os fios definitivos nascerem.