A criação de uma nova escola de Ensino Fundamental e o redimensionamento de um projeto anterior surgem como possível solução para acolher estudantes das regiões São Ciro e Serrano. As duas comunidades seriam atendidas por instalações adequadas à demanda populacional e escolar de cada área. Para o Serrano, se projeta um prédio capaz de receber mais de 500 estudantes. Já no São Ciro, a estrutura seria dimensionada de acordo com a necessidade (atualmente a instituição atende mais de 300 crianças e adolescentes no prédio do antigo Colégio Mutirão), estimada em aproximadamente 100 alunos. O Município calcula investimentos superiores a R$ 12 milhões, somente para infraestrutura física.
Com a participação de profissionais da área técnica da Secretaria Municipal de Educação (SMED), a titular da pasta, Sandra Negrini, e o prefeito Adiló Didomenico apresentaram a proposta a representantes da União das Associações de Bairro (UAB) de Caxias do Sul, das Associações de Moradores de Bairro (AMOBs) São Ciro e Serrano, da Câmara de Vereadores e da equipe diretiva da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Laurindo Luiz Formolo na manhã desta sexta-feira (23), no Centro Administrativo Municipal. O encontro com todos os envolvidos já estava agendado há cerca de uma semana.
“É uma solução que vem para contemplar toda a população destes dois bairros de Caxias do Sul. Queremos entregar duas escolas novas, bem equipadas e bem localizadas para atender estes estudantes mais perto de suas casas e com melhores condições de trabalho para os professores e demais servidores das instituições. Fazendo desta forma, com duas escolas de capacidade mais ajustada à realidade de crescimento de cada bairro, acreditamos que se apresente uma situação mais favorável para viabilizar as obras”, esclareceu o prefeito Adiló Didomenico.
O chefe do Executivo escutou as manifestações dos representantes de moradores e da comunidade escolar e se uniu ao sentimento de angústia pela sucessão de obstáculos em concretizar o plano de recuperação da infraestrutura da EMEF Laurindo Luiz Formolo, que se desenrola desde meados de 2015. Adiló lembrou que apenas na atual gestão, iniciada em 2021, a obra já foi licitada três vezes – o que jamais ocorreu anteriormente.
“Toda comunidade tem sido penalizada pela dificuldade das empresas contratadas em concluir os trabalhos, ou até mesmo, em passar nas licitações. Às vezes elas abandonam a obra, às vezes, ninguém nem se apresenta. E temos de agir conforme a lei nos determina. Não podemos escolher empresa para fazer a obra. Então, agora temos esta perspectiva de fazer uma nova escola no Serrano, e com isso, desafogar a maior parte dos alunos da Laurindo, e partir para um projeto mais acessível no São Ciro”, revelou o prefeito.
Região Serrano contemplada
A ideia é que as próprias comunidades sejam diretamente envolvidas e auxiliem no encaminhamento de ambos os projetos. No caso do Serrano, algumas possibilidades de áreas para construção de uma nova escola foram submetidas à avaliação dos representantes dos moradores. Cada qual com suas particularidades.
“Neste caso, utilizaríamos como base um projeto padrão do governo federal, via FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação], que já vem pronto, e nos permite ganhar tempo”, informou a secretária municipal de Educação, Sandra Negrini.
O plano prevê um prédio de com nove salas de aula e capacidade para aproximadamente 500 estudantes. A viabilidade da área selecionada, por consequência, tem influência direta na estimativa do tempo de obra.
“Vocês vão nos ajudar a escolher”, declarou o prefeito Adiló Didomenico aos representantes da comunidade.
A estratégia leva em conta dados objetivos do último censo do IBGE, de 2010, relativos ao fluxo populacional no município, e das movimentações na própria Central de Matrículas. Os indicadores apontam que, atualmente, a maior parte dos estudantes da EMEF Laurindo Luiz Formolo, instalada no bairro São Ciro, são originários do Serrano.
“Uma nova escola no Serrano concentraria os alunos daquela região e aliviaria a pressão do atendimento no São Ciro”, complementou a titular da SMED.
Para a presidente da AMOB Serrano, Justina Inês Ribeiro, o importante é que a região não fique desassistida no quesito educação.
Visitas agendadas no São Ciro
Com um melhor escalonamento de estudantes em cada bairro, deixando-os próximos das residências para frequentar as aulas, será possível trabalhar com projetos de infraestrutura escolar dimensionados à realidade da demanda de cada região.
“Acredito que possamos encontrar um local mais adequado para a Laurindo, onde tenhamos mais conforto e um acesso próprio, que não temos hoje. E que possa ficar mais centralizado no bairro”, comentou o prefeito Adiló Didomenico.
Na expectativa de encaminhamento do processo, a diretora da escola, Jaciara Ivone Viesser Bosi, e o presidente da AMOB São Ciro, Pedro Stédile, já agendaram com a secretária municipal de Educação, Sandra Negrini, uma primeira rodada de visitas pelo bairro, no início da próxima semana, em busca de potenciais áreas para abrigar um novo prédio.
A intenção é fazer um projeto com todas as condições de conforto e segurança, porém, horizontalizado, de menor custo e maior viabilidade econômica.
“É razoável a proposta de fazer duas escolas. Temos de pensar no bem comum”, avaliou Stédile.
A reunião contou ainda com as presenças do presidente da UAB, Valdir Walter, e dos vereadores Juliano Valim e Lucas Caregnato.