Serpente Urutu-Cruzeiro é capturada em São Leopoldo
Animal altamente venenoso estava próximo à casinha de cachorro, no bairro Arroio da Manteiga
Agentes do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) Ipson Pavani, da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Leopoldo resgataram uma serpente venenosa da espécie Urutu-Cruzeiro em um pátio de uma residência no loteamento Jardim Vila Verde, bairro Arroio da Manteiga.
A captura ocorreu na terça-feira, 29 de novembro, quando o morador avistou a cobra junto à casinha do cachorro. O animal foi identificado como sendo da espécie Cruzeira (Bothrops alternatus). O veneno dessa espécie é forte e a picada da cobra causa necrose na pele e pode levar à morte, se não tratada a tempo. Os agentes libertaram a serpente em um local afastado de residências para que retorne ao seu ambiente natural.
Segundo o inspetor chefe do GDA, Emerson dos Anjos, os agentes possuem capacitação para a captura deste tipo de serpente peçonhenta. “Utilizamos os novos equipamentos recebidos há pouco tempo. Foi utilizada uma técnica de resgate e manejo de acordo com os conhecimentos que possuímos para a captura ser a mais segura possível tanto para a cobra quanto para os agentes em serviço”, esclareceu.
Dos Anjos também faz um alerta para a população. “Nunca se deve tentar capturar um animal porque ele pode reagir de forma agressiva caso se sinta ameaçado, ainda mais se tratando de uma serpente venenosa. Nossa orientação é que façam contato imediatamente conosco”, destaca.
Outra orientação é não ferir nem matar o animal. Conforme o artigo 29 da lei 9605/98, matar, perseguir, capturar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida gera detenção de seis meses a um ano e multa. Em caso de contato com alguma espécie a GCM pode ser acionada pelo telefone 153.
Acidentes com animais peçonhentos
A Secretaria Municipal da Saúde (Semsad) orienta que em casos de picadas de animais peçonhentos a pessoa seja levada imediatamente para o Hospital Centenário.
O que fazer em caso de acidente com animais peçonhentos
- Procure atendimento médico imediatamente.
- Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras.
- Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão, mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto socorro.
- Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados.
- Não amarre torniquete no membro ferido e, muito menos, corte e/ou aplique qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada.
- Não tente “chupar o veneno”, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local.
Capacitação
Em maio, os agentes do GDA participaram de uma capacitação para resgate e manejo de animais silvestre no Zoológico Municipal de Canoas. O treinamento contou com a participação de cinco agentes do GDA. A atividade foi coordenada pela bióloga, Gabriela Souza e pela veterinária, Isadora Favreto. Ambas atuam no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do zoo.
Cobra Urutu-Cruzeiro (Bothrops alternatus)
Conforme dados do site Fauna digital do Rio Grande do Sul da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) a Cruzeira é uma serpente peçonhenta, possui porte grande e de cauda curta.
A dieta é composta de pequenos mamíferos, são vivíparas, quando ameaçadas acabam se enrolando, vibram a cauda e dão o bote. A peçonha pode causar acidentes fatais ou mutiladores se não forem tratados corretamente com o soro antibotrópico.
Ela ocupa geralmente áreas abertas e úmidas, tem sua distribuição nas regiões centro-oeste, sudeste e sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Tem hábito de vida diurna e noturna.