Em 15 de agosto é celebrado o Dia da Gestante, ocasião para lembrar sobre a importância dos cuidados essenciais que cada mulher grávida deve adotar para garantir uma gravidez saudável e tranquila. Os exames pré-natais desempenham um papel crucial em todo o processo de gestação, e as consultas têm um papel fundamental na saúde do bebê.
O médico Ricardo Tedesco, membro da Comissão de Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), compartilha diretrizes para promover uma gravidez saudável. “Os principais cuidados incluem um acompanhamento pré-natal regular e adequado, essencial para reduzir complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. É importante adotar uma alimentação saudável, cultivar hábitos de vida benéficos, evitar o tabagismo e, enfaticamente, rejeitar o consumo de álcool em qualquer fase da gravidez”, destaca.
Além disso, é essencial que a grávida tenha acesso a um suporte psicológico abrangente, tanto por parte da família quanto dos profissionais que cuidam da gestante. Isso inclui fornecer orientações sobre os eventos que ocorrerão durante a gravidez, o parto e o pós-parto.
Exames importantes
Os exames essenciais durante a gravidez, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde, incluem um hemograma completo, a determinação do tipo sanguíneo, teste de glicemia em jejum, o teste oral de tolerância à glicose (75g e três dosagens), rastreamento de sífilis, detecção da hepatite B, análise de urina e urocultura, citologia do colo do útero (preventivo), além de testes para identificar HIV e toxoplasmose. Se necessário, o obstetra pode adicionar exames como a dosagem do TSH para avaliar doenças da tireoide e sorologia para hepatite C.
Além da realização de exames, é importante seguir o esquema de vacinação específico para gestantes definido pelo Ministério da Saúde.
Preparação para o parto
É fundamental ter uma conversa com um obstetra para obter um entendimento completo do processo de parto. Isso envolve saber como reconhecer os sinais do início do trabalho de parto, determinar o momento adequado para procurar assistência, definir quem estará presente durante o parto e explorar maneiras de reduzir a ansiedade, contribuindo para uma experiência tranquila, segura e agradável. Preparar-se para essa jornada envolve não apenas a preparação psicológica, mas também pode ser necessária a preparação física, com o auxílio da fisioterapia para fortalecer a musculatura perineal e do assoalho pélvico, o que desempenha um papel positivo no parto.
Existem várias opções para o alívio da dor. Entre os métodos não farmacológicos, destacam-se a presença de acompanhante, o apoio dos profissionais de saúde, massagens, exercícios de alongamento, a utilização de duchas mornas, além de exercícios na bola suíça e no cavalinho, que podem ajudar a amenizar o desconforto. No campo da analgesia farmacológica, é possível obter resultados satisfatórios sem prejudicar o progresso do parto. As opções incluem a peridural contínua ou a abordagem combinada, em que a peridural é associada à raquianestesia. A analgesia no parto deve estar disponível para todas as parturientes. O importante é tomar decisões informadas e colaborar com os profissionais de saúde para vivenciar o parto da maneira mais positiva possível.
Tipos de parto
O Dr. Ricardo menciona dois tipos de parto: o parto vaginal, que eventualmente pode ser auxiliado por instrumentos como fórceps ou vácuo, e a cesárea, que pode ser eletiva ou realizada durante o trabalho de parto (cesariana de emergência).
“A escolha do método deve ser feita com o consentimento da mãe, considerando as circunstâncias individuais e a segurança da paciente e do bebê. Em geral, sempre que possível, a opção recomendada é o parto vaginal, que é um evento natural e de grande significado psicológico. Também é a opção mais segura quando as condições são favoráveis. Deve ser a primeira escolha sempre que as circunstâncias permitirem”, enfatiza o Dr. Ricardo.
Pós-parto
No período pós-parto, uma das principais dificuldades para as mães é a amamentação. O sucesso desse processo está diretamente ligado à motivação, estímulo e habilidades técnicas. É crucial orientar as mulheres sobre aspectos como a maneira correta de posicionar o bebê, garantir uma pega adequada, estabelecer intervalos entre as mamadas e controlar a duração da amamentação. Essa orientação busca ajudá-las a enfrentar esse momento desafiador, que frequentemente é marcado pela privação de sono, cansaço e inseguranças.
Além disso, é importante reconhecer que as emoções desempenham um papel significativo nesse cenário. Durante as duas primeiras semanas, é normal que as mães experimentem sentimentos leves de melancolia, tristeza e até vontade de chorar. É crucial compreender que essas emoções podem fazer parte de um processo natural e fisiológico conhecido como “baby blues”, que geralmente se resolve espontaneamente em duas a três semanas. No entanto, também é um período em que podem ocorrer casos de transtornos depressivos. Portanto, é essencial fornecer apoio e informações para que as mães enfrentem essa fase com maior compreensão e resiliência, sendo adequadamente avaliadas por um profissional de saúde.