A Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), no Rio Grande do Sul, deu início à maior avaliação de sua história para a outorga da Denominação de Origem (DO) a vinícolas da região na segunda-feira, 11 de dezembro. Das 41 amostras da safra deste ano, oriundas de 14 estabelecimentos que serão avaliadas até quarta-feira (13), na sede da Embrapa, 16 já passaram pela análise às cegas do júri.
Dessas, 13 foram recomendadas para DO pelo time de especialistas, formado por quatro representantes da Aprovale – gestora da Indicação Geográfica Vale dos Vinhedos –, dois da Embrapa e um da Associação Brasileira de Enologia (ABE). Outras três não foram recomendadas. Todas as vinícolas que tiveram seus vinhos não recomendados podem solicitar recurso até 15 dias após receberem o resultado.
No primeiro dia de degustação, a representatividade das variedades esteve dividida entre oito de Merlot, cinco de Chardonnay, três de Cabernet Sauvignon e uma de Marselan – essa em busca do selo de Indicação de Procedência (IP). De acordo com o diretor do Conselho Regulador da Indicação Geográfica Vale dos Vinhedos, Moisés Brandelli, a degustação no primeiro dia de avaliação demonstrou que a grande maioria dos produtores está ainda preparando os vinhos tintos.
Uma segunda prova é feita imediatamente antes da comercialização, tendo por finalidade confirmar a manutenção das tipicidades do Vale dos Vinhedos. Somente após nova aprovação os vinhos poderão ir às gôndolas exibindo a distinção.
A análise dos jurados, que consiste em avaliações visual, olfativa e gustativa, além da tipicidade varietal, prossegue nesta terça-feira com a degustação de 19 amostras, sendo 13 tintos e seis brancos. Os avaliadores desconhecem à qual vinícola pertence as amostras – ela são identificas através de um código numérico – e, a cada final de prova de vinho, eles tecem comentários a respeito das bebidas. Todas essas observações são repassadas às vinícolas, tanto para produtos recomendados quanto para não recomendados.
O Vale dos Vinhedos foi a primeira região do país a obter reconhecimento como Indicação Geográfica, em 2002. A partir de então, pôde conceder o selo de Indicação de Procedência aos vinhos que seguissem as normas do Caderno de Especificações Técnicas. Dez anos depois, o Vale foi novamente a primeira região do país reconhecida com Denominação de Origem (DO) para vinhos e espumantes. Para carregar esse selo, os rótulos seguem regras mais específicas em relação ao cultivo da uva e à elaboração do vinho.