Perspectivas promissoras para o carro elétrico no Brasil
Especialistas projetam preços mais acessíveis e aumento na oferta de veículos elétricos nos próximos anos, revolucionando o mercado automotivo nacional.
O mercado automobilístico está em plena transformação, com uma crescente transição para veículos elétricos e híbridos. Um estudo recente da KPMG revelou que a maioria dos brasileiros, cerca de 89,7%, está inclinada a optar por veículos elétricos, apesar dos desafios atuais como custos elevados e infraestrutura limitada.
Enquanto marcas chinesas lideram na produção de carros totalmente elétricos, outras montadoras globais ainda focam em modelos híbridos. O Brasil, por sua vez, caminha para um cenário onde os veículos elétricos poderão ter um papel de destaque, influenciado por fatores como a volatilidade do mercado de petróleo e a busca por alternativas mais sustentáveis.
Alessandro Azzoni, advogado e economista especializado em Direito Ambiental, destaca que a substituição de veículos movidos a combustíveis fósseis é uma tendência em ascensão. Ele aponta que, apesar dos desafios de preços e infraestrutura, o mercado de veículos elétricos no Brasil tem potencial para crescimento, principalmente com a introdução de subsídios e aumento na oferta.
Atualmente, veículos elétricos representam apenas 1,04% do mercado, enquanto os híbridos contam com 4,4%. A falta de infraestrutura para recarga é um obstáculo significativo, especialmente em cidades menores. Ainda, a legislação favorece veículos híbridos flex em detrimento dos elétricos, com impostos mais baixos para os primeiros.
Apesar desses desafios, Azzoni acredita que, em menos de três anos, os preços dos carros elétricos podem se tornar muito atraentes no Brasil, graças ao aumento da oferta e aos incentivos das montadoras. Ele, no entanto, ressalta a preocupação com o custo de substituição das baterias e o valor de revenda ainda não serem competitivos.
A infraestrutura de recarga também representa um desafio, com a maioria dos pontos existentes oferecendo recarga lenta, o que limita o uso dos veículos elétricos predominantemente a áreas urbanas. A expansão da rede de recarga rápida, capaz de carregar até 85% da bateria em 30 minutos, é essencial para a adoção mais ampla desses veículos no país.