A maior parte dos quadros de hemofilia é hereditária. Apenas uma pequena parcela é ocasionada por deficiência adquirida, o que pode acontecer após o aparecimento de um câncer, por exemplo. “Os sintomas manifestados e que devemos ficar atentos são as hermatroses (acúmulo de sangue dentro de uma articulação), hematomas musculares, sangramentos no nariz, gengiva, sistema digestivo e urinário, além de hemorragia intracraniana”, esclarece Dr. Tavares. É preciso atenção à ocorrência de quadros de sangramentos anormais – com grande volume e alta velocidade na perda do sangue –, em qualquer parte do corpo e que podem ser espontâneos ou provenientes de traumas. “Caso isso aconteça, procure um médico. O diagnóstico é confirmado por meio de exame laboratorial que detecta a deficiência do componente do sangue envolvido”, alerta.
Para controlar a doença, é necessário o envolvimento de uma equipe multiprofissional, composta por médico hematologista, dentista, fisioterapeuta, psicólogo e assistente social. “O tratamento é feito por meio de reposição do fator deficiente, bem como o uso de compressas de gelo e de agentes tópicos (fibrinolíticos), que ajudam a diminuir e conter o sangramento”. Se o paciente for realizar algum procedimento cirúrgico, há um acompanhamento profilático que o prepara previamente para caso haja manifestação hemorrágica.
Embora os medicamentos para a hemofilia no Brasil estejam mais acessíveis, o que aumentou a expectativa de vida destes pacientes, não há cura para a doença. “Pesquisas por meio da engenharia genética estão sendo realizadas na tentativa de estimular a produção do fator sanguíneo deficiente. No futuro, pode vir a ser uma doença curável”, finaliza o médico.