Dia 24 de abril é a data que representa a luta contra a meningite no mundo. Dados internacionais dão conta de que aproximadamente cinco milhões de casos no planeta são notificados todos os anos. A cada dez pessoas com a doença, uma acaba falecendo e de cada cinco sobreviventes, ao menos um fica com graves sequelas. A imunização, disponível tanto na rede pública, quanto na particular, ainda é a melhor alternativa de prevenção.
Dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil tem cerca de 19 mil casos a cada ano, em média. Metade dos óbitos ocorrem em crianças menores de cinco anos de idade. A cobertura vacinal gira em torno de 50% da população ou seja, uma em cada duas pessoas não está imunizada. “A vacinação é extremamente importante e reduz as chances de ser acometido pela doença. Independente de público ou privado, os sistemas de saúde trabalham no limite de capacidade de atendimento, sobretudo no Brasil. Um surto de meningite certamente traria uma superlotação dos hospitais, prejudicando diagnóstico e tratamento desses pacientes”, afirma o neurologista do Hospital Dom João Becker, Diógenes Zan. Segundo o médico, além da vacinação, lavar as mãos, cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar e manter ambientes ventilados e limpos contribuem para evitar o contágio.
Os causadores mais perigosos, em geral, são as bactérias. Duas em especial: a Neisseria meningitidis (ou meningococo) e o Streptococcus pneumoniae (ou pneumococo). Ambas possuem vacinação, junto com a Haemophilus influenzae tipo B. Além das bactérias, a meningite pode ser originada também por vírus e fungos. Infelizmente, a transmissão de pessoa para pessoa é uma realidade. “O patógeno que está nas membranas cerebrais fica nas vias aéreas do paciente antes de chegar ao sistema nervoso. Por isso, quem tem meningite pode transmitir a doença através da tosse ou espirro”, explica o neurologista. Se isso acontecer, Diógenes recomenda que a pessoa que entrou em contato com o infectado procure ajuda médica para receber o antibiótico específico e prevenir a doença. O tratamento ocorre em ambiente hospitalar e consiste na utilização de um potente medicamento intravenoso (feito através da veia), que pode estar associado a outra medicação para reduzir a inflamação.
GRAVES SEQUELAS – A meningite costuma progredir rapidamente, daí a importância de procurar atendimento o mais rápido possível. Os principais sintomas são febre alta, dor de cabeça muito forte, dificuldade para mobilizar a cabeça (como encostar o queixo no peito), náusea, vômito, sonolência e confusão mental. “É uma condição em que as membranas que revestem o cérebro tornam-se inflamadas. Essa inflamação pode se alastrar para o sistema nervoso, causando morte ou diversas sequelas importantes, tais como surdez, perda dos movimentos e alteração da memória”, comenta Diógenes. O médico enfatiza que quanto antes feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, menos devastadora será a doença. Por isso, para não correr riscos, é fundamental revisar a carteira de vacinação e conferir se já há imunização. A prevenção ainda é o melhor remédio.