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Ausência de frio antecipa colheita de pêssego e ameixa na serra gaúcha

A falta de frio no último inverno acelerou o processo de desenvolvimento de algumas frutas na serra gaúcha, entre elas o pêssego e a ameixa. O ano de 2017 contou com 188 horas de frio, sendo que a média anual é de 405 horas. Desta forma, a colheita começou um pouco mais cedo, mas a qualidade das frutas não foi afetada.

O frio é fundamental para a quebra da dormência das espécies frutíferas, por isso o inverno atípico acelerou o processo de brotação, fazendo as frutas amadurecerem antes do tempo. Algumas delas foram colhidas até 20 dias antes do previsto.

O último inverno também foi marcado por chuvas acima da média e alguns períodos de granizos. Desta forma, a cultura mais afetada foi a da ameixa, que apresentou um potencial produtivo mais baixo que o do ano anterior. “Os períodos de estiagem causaram um desequilíbrio entre a floração da polinizadora e da variedade cultivada no pomar, fazendo com que as ameixas tivessem um tamanho um pouco menor do que o normal, mas mantendo o sabor”, explica Daniel Batista, engenheiro agrônomo da Emater/RS.

Por ser uma fruta extremamente sensível, a ameixa foi a grande prejudicada com os fortes granizos no período de frutificação. A safra deve ficar 70% abaixo da média do município devido ao baixo potencial apresentado nos pomares, chegando no máximo a 18 toneladas. A fruta custa hoje R$3,38 ao quilo, conforme a cotação semanal feita pela Ceasa Serra em parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa).

Safra do pêssego

Já o pêssego não foi tão impactado quanto a ameixa, no entanto as temperaturas elevadas também contribuíram para o florescimento antecipado de todas as variedades. Os novos pomares foram os mais afetados, apresentando uma pequena área folhar. “Devido ao baixo acúmulo de frio, as folhas não alcançaram a condição necessária para a quebra da dormência”, explica Daniel.

Apesar das temperaturas atípicas e dos períodos de estiagem, a produção apresentou sanidade adequada e baixa incidência de pragas. Uma das poucas preocupações para os fruticultores foi a mosca-das-frutas, que geralmente se desenvolve no interior dos frutos alimentando-se, em geral, da sua polpa. A estimativa é de que a colheita do pêssego deva ficar entre 16 e 18 toneladas por hectare de terra.

Com relação à média dos valores dessa fruta, o pêssego chimarrita, comercializado pela Ceasa Serra, custa atualmente R$ 3,75 ao quilo.

 

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