Saúde

Linfoma de Hodgkin: tratamento é capaz de curar até 90% dos pacientes

Entre os tratamentos oncológicos existentes, o direcionado para o Linfoma de Hodgkin é considerado por muitos especialistas um dos maiores sucessos da oncologia moderna. A combinação de quimioterapia e radioterapia é capaz de curar até 90% dos pacientes em primeira linha, o que representa uma grande esperança para as pessoas que são diagnosticadas com a doença.

Porém, todo câncer possui desafios e barreiras, entre eles a questão psicológica e de apoio ao paciente nos diversos momentos da trajetória do paciente. “Como toda doença oncológica, é comum o paciente necessitar de apoio psicológico durante o tratamento. Medo em relação ao prognóstico, tratamento e efeitos colaterais são comuns, principalmente em pacientes jovens que geralmente estão em uma época da vida com muitos planos e compromissos”, afirma Dr. Guilherme Fleury Perini, hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.

Caracterizado pela multiplicação descontrolada das células responsáveis pela defesa do organismo (linfócitos B), o Linfoma de Hodgkin é um câncer do sangue, que atinge os gânglios do sistema linfático. Apesar de raro na população geral, entre os tipos que acometem jovens adultos é um dos mais comuns, com uma incidência maior entre os 15 e 40 anos.

Alguns estigmas, como a própria palavra câncer, também se encaixam nessas barreiras a serem enfrentadas, apesar dos avanços importantes das últimas décadas. De acordo com o especialista, a maioria dos pacientes relata medo com relação à curabilidade do linfoma. Portanto, informações sobre as várias possibilidades de tratamento são muito importantes durante todo o processo. “Explicar ao paciente os próximos passos, o que esperar das terapias disponíveis e dos possíveis efeitos colaterais pode ajudá-lo a entender que além de eficaz, o tratamento do linfoma de Hodgkin tende a ser muito bem tolerado”, pontua Dr. Guilherme.

E é exatamente com foco nesses avanços da medicina que o paciente pode encontrar um conforto, mesmo para os casos refratários (resistentes aos tratamentos de primeira linha) ou recidivados (quando há retorno da doença). O médico explica que a chegada de novas terapias através de anticorpos monoclonais para o Linfoma de Hodgkin, como o brentuximabe vedotina, e também com os bloqueadores de PD-1, chamados de inibidores de checkpoint, conseguem induzir a respostas bastante positivas nestes pacientes.

O entendimento do comportamento do linfoma de Hodgkin cresce muito rapidamente, e com isso, seremos capazes de aumentar ainda mais as taxas de sucesso no tratamento desta doença. Nós entramos na era da terapia-alvo na oncologia e a ideia é utilizarmos drogas mais inteligentes e menos tóxicas para alcançar a cura dos pacientes. Isso é uma realidade já no linfoma de Hodgkin, com estudos associando terapias novas já em primeira linha”, explica.

A informação e o bom entendimento do quadro pelo paciente são as melhores maneiras de quebrar as barreiras existentes não só para o linfoma de Hodgkin, como também para todas as demais doenças oncológicas.

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