É comum que se tenha em mente que no mercado imobiliário o carro chefe das operações é a compra e venda e, como negócio secundário, teríamos a locação. Também é comum achar que sempre que a compra e venda sofre uma desacelerada, o mercado de aluguéis tende a ganhar mais espaço por se tratar de uma alternativa tanto para quem precisa de um local para morar, como para quem tem um imóvel que não está conseguindo vender. Contudo, infelizmente, os números têm demonstrado que nem para um nem para outro a situação está tão boa assim.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, em razão da forte crise econômica enfrentada pelo país nos últimos anos, tanto o mercado de compra e venda como o de locação sofreram grandes quedas que influenciaram diretamente na realização de novas operações. “No caso da locação, o cenário econômico pesa primeiramente pela possibilidade de agora se alugar um imóvel com o valor abaixo do que o locador recebia antes da crise.”
Atualmente, a grande quantidade de imóveis à venda também contribui para que o vendedor pense em alugar seu imóvel, pois essa alternativa poderia lhe garantir um retorno financeiro que fosse suficiente para pagar IPTU, condomínio – no caso de apartamentos – e até o financiamento de um outro imóvel. “Com esses investidores mudando de foco (saindo da venda para locação), o mercado de aluguel passa a ficar inflado e, com o excesso de produto, abaixa o preço das operações”, observa Vinícius Costa.
A locação serve, ainda, de investimento para pessoas que procuram maior tranquilidade para uma renda mensal. “A difusão desse tipo de investimento acaba saturando o mercado e reduzindo também o preço médio praticado para os imóveis”, aponta o presidente da ABMH.
Apesar desse cenário, a expectativa é que para o ano de 2018 as coisas melhorem em ambos os setores (compra e venda e locação). “Contudo, ainda não se pode afirmar isso, uma vez que o país passará por mudanças políticas que vão influenciar diretamente na economia e na confiança do brasileiro acerca do crescimento do país”, finaliza Vinícius Costa.